Rubens Burigo Neto
De Curitiba
Fiscais do Intituto Ambiental do Paraná (IAP) apreenderam ontem 150 quilos de camarão e os equipamentos de pesca de nove barcos que estavam praticando pesca predatória em frente às praias de Matinhos e Caiobá. No total, os fiscais aplicaram R$ 7,8 mil em multas – R$ 700,00 para cada pescador e mais R$ 10,00 por quilo pescado. ‘‘Estes pescadores estavam trabalhando em local proibido, antes da primeira milha costeira (aproximadamente a 1,7 m da orla)’’, revelou o coordenador da fiscalização do IAP no litoral, Sérgio da Silva.
Os pescadores, informou Silva, estavam com filhotes de camarões da espécie ‘‘sete barbas’’. ‘‘A maioria não media sequer 5 centímetros e quando adultos estes camarões podem atingir até 9 centímetros’’. Ele disse que foi a primeira vez que estes pescadores, todos de Guaratuba, foram autuados. Com eles os fiscais do IAP apreenderam tarrafas, redes e pranchas usadas na prática do arrasto (uma técnica para apanhar os camarões).
Silva alertou que desde 15 de dezembro está em vigor o período de defeso de camarão nas baías de Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba e Paranaguá. O defeso nas baías vai até o dia 15 de fevereiro, quando começa a proibição da pesca do camarão em alto mar, que vai vigorar até 15 de maio.
No período de defeso, informou o presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Paraná, Luciano Manoel Ferreira, os pescadores que têm carteira profissional de trabalho podem pedir o seguro desemprego. ‘‘Assim, eles garantem a renda durante esses cinco meses em que ficam praticamente sem ganhar nada’’, justificou. Ferreira estima que durante a temporada de verão a renda dos pescadores do litoral (que são maioria entre os 8 mil que trabalham no Estado) não passa de R$ 200,00 e, nos outros meses, ‘‘não chega a um salário mínimo (R$ 136.00).