Imagem ilustrativa da imagem HZN restringe atendimento no Pronto-Socorro
| Foto: Fotos: Celso Pacheco
O PS tem 30 leitos, mas atende 47 pacientes, o que obriga muitos a ficarem acomodados nos corredores
Imagem ilustrativa da imagem HZN restringe atendimento no Pronto-Socorro
Reforma, que será realizada em uma ala com dez leitos, custará R$ 50 mil e deve ser concluída em um mês
O Hospital Doutor Anísio Figueiredo, conhecido como Hospital da Zona Norte de Londrina, começou nesta quarta-feira (28) a restringir o atendimento no Pronto-Socorro. A prioridade na unidade será receber pacientes encaminhados pelo Samu ou Siate, deixando de atender as pessoas que não forem referenciadas, ou seja, que passaram por unidades básicas de saúde (UBS) ou unidades de pronto atendimento (UPA). O motivo é uma reforma emergencial no PS para adaptar a estrutura às exigências da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros. Não haverá aumento do número de leitos. Segundo o diretor do hospital, Luiz Koury, existe um sistema de classificação da necessidade de atendimento por meio de cores, nos quais os casos mais simples, de cor azul ou verde, podem ser encaminhados para unidades básicas de saúde. "Todos os pacientes passarão por um sistema de triagem, realizado por enfermeiro ou médico", apontou. E pediu: "Procure, por favor, primeiro a UBS próxima de sua casa e se for necessário, a UPA também, porque o PS não foi projetado para fazer consultas de baixa complexidade." Koury explicou que a reforma terá custo de R$ 50 mil e será realizada em uma parte do PS que possui 10 leitos e apenas um banheiro. O espaço será dividido em duas partes e receberá mais um banheiro, o que exigirá a modificação das paredes e divisórias. Também serão reformadas as instalações elétricas, hidráulicas e a rede lógica, para que seja possível a incorporação de computadores no ambiente. Os recursos são da Secretaria de Estado de Saúde e do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar). A obra, que começou ontem, está prevista para durar um mês. No entanto, o diretor afirmou que esse cronograma pode sofrer atrasos, já que podem surgir imprevistos. O hospital possui 130 leitos, dos quais 30 no Pronto-socorro. O PS está superlotado, com 47 pacientes, o que obriga que muitos deles fiquem acomodados em macas nos corredores. É o caso de Vicentina Pereira Nunes, de 59 anos, que quebrou o tornozelo e está no hospital desde terça-feira. "Me sinto mal sendo atendida na maca e também sinto pelas atendentes, que precisam se curvar para cuidar de mim", relatou. Segundo ela, não adianta nada reformar o hospital se o governo não ampliar o número de leitos e melhorar as condições de trabalho dos funcionários. Embora desta vez tenha sido encaminhada por uma UBS para o hospital, ela relata que muitas vezes recorreu ao HZN sem passar por esse trâmite. Uma das últimas pessoas a ser atendida sem passar antes por uma unidade básica de saúde ou de pronto atendimento é Moisés Correia de Oliveira, de 49, que tem uma infecção na uretra. "Vim direto para cá", afirmou. Segundo Koury, 92% dos pacientes atendidos pela unidade não passaram por UBS ou UPA. "Dos mais de seis mil pacientes mensais, apenas 470 são referenciados", apontou, ressaltando que o HZN é um hospital de atendimento secundário e não foi projetado para realizar o atendimento primário.