Em comemoração ao Dia da Criança, o Hospital do Câncer de Londrina reuniu ontem seus pacientes mirins e familiares numa festa muito animada no salão paroquial da igreja Nossa Senhora das Graças, no Jardim Petrópolis. Para a assistente social Márcia Marengo, foi a oportunidade de estreitar os laços entre a equipe de sa© úde e os pacientes.
Atualmente, o hospital atende cerca de 80 crianças e adolescentes entre 2 e 15 anos, a maioria da região. A leucemia é o tipo de câncer mais comum entre elas e o tratamento dura de dois a cinco anos. Em alguns casos, os medicamentos usados na quimioterapia são tão fortes que provocam a queda de cabelo. ‘‘É uma fase difícil, principalmente por causa do mal estar físico. Nesse ponto, o apoio da família é fundamental. Ele dá mais tranquilidade a criança, influindo até na eficácia do tratamento’’, explicou a assistente social.
Neuza Neves descobriu há dois meses que o filho Maikon, de 12 anos, está com leucemia. Os primeiros sintomas foram dor nas pernas, na cabeça, falta de apetite e fraqueza. ‘‘No começo fiquei desesperada porque não sabia se havia cura. Hoje, estou mais segura, com força para continuar até o final’’, disse a mãe.
Para se submeter ao tratamento Maikon precisou abandonar a escola e Neuza perdeu o emprego de faxineira. Há 12 dias ele está internado no hospital pela terceira vez e só saiu para participar da festa.
William Henrique Silva de Oliveira tem 11 anos e desde dos oito busca a cura do câncer. Toda terça-feira, ele vem de Arapongas para as sessões de quimioterapia. ‘‘Quando soube da doença fiquei com medo de morrer, mas hoje levo uma vida normal’’, disse Oliveira, que daqui há um ano espera receber alta.
Em meio a muita música, doces, salgadinhos e brincadeiras de palhaço eles pareciam esquecer o lado triste da doença e se divertiram como qualquer criança. De acordo com a assistente social, a festa só foi possível graças às doações de voluntários e da comunidade.