Os atendimentos ambulatoriais, no entanto, só deverão voltar a ser realizados na semana que vem
Os atendimentos ambulatoriais, no entanto, só deverão voltar a ser realizados na semana que vem | Foto: Anderson Coelho/14-8-2018

Depois de duas semanas de suspensão das cirurgias eletivas, o HCL (Hospital do Câncer de Londrina) retomou, nesta semana, os procedimentos cirúrgicos. Os atendimentos ambulatoriais, no entanto, só deverão voltar a ser realizados na semana que vem. A interrupção foi anunciada no dia 23 de março como forma de evitar um surto de Covid-19 na instituição. Segundo a administração geral da unidade, o HCL chegou ao pico de 38 casos, sendo 18 confirmações e 20 suspeitas. A medida não afetou os pacientes que fazem quimioterapia, radioterapia, hematologia e pediatria.

“Na oncologia, não tem procedimento eletivo. Por mais que faça o agendamento, o médico está ciente da progressão ou não da doença. Se está em um estágio que está progredindo, já marca a cirurgia”, explicou o administrador geral do HCL, Edmilson Garcia. Durante duas semanas, os casos de urgência e emergência continuaram sendo atendidos e agora começaram a ser retomados os procedimentos que não poderiam mais esperar. “As cirurgias já foram retomadas. O pessoal já começou hoje e amanhã estará a todo vapor.”

Segundo Garcia, em razão da escassez de medicamentos e do risco da Covid-19, o hospital trabalha “semana a semana”. Nesta segunda-feira (5), havia na instituição oito pacientes com diagnóstico positivo para infecção pelo novo coronavírus e três casos suspeitos, mantidos em isolamento. “Embora não sejamos referência para tratamento de Covid-19, esse número de casos suspeitos a gente consegue administrar, estamos preparados. A gente toca normalmente, mas exige um cuidado maior dos funcionários, submetidos a alto estresse porque têm que cuidar de tudo. Tem o cansaço físico e mental, o trabalho além da carga horária normal, são vários fatores.”

BUSCA ATIVA

Após o hospital anunciar a suspensão dos procedimentos eletivos, muitos pacientes em tratamento quimioterápico e radioterápico não compareceram às sessões agendadas, mas os funcionários da instituição fizeram a busca ativa e chamaram esses pacientes de volta ao tratamento para que não houvesse a interrupção.

MEDICAMENTOS

A ameaça de desabastecimento de medicamentos também foi contornada, de acordo com Garcia. A alta demanda e a pouca oferta de produtos no mercado elevou os preços de alguns remédios em mais de 430%. “A gente ficou entre pagar o valor abusivo ou não fazer a cirurgia”, comentou o administrador. Para reabastecer a farmácia da instituição e não desmarcar nenhuma cirurgia, o hospital iniciou uma campanha de arrecadação financeira. “A comunidade colaborou e conseguimos comprar a medicação. Um empresário doou a logística. Ele tem um avião particular e na quinta-feira (1) fechamos o negócio, o empresário foi para o Rio de Janeiro com o nosso gestor de Suprimentos e voltou na quinta-feira mesmo com os medicamentos. Na quinta-feira à noite, já foi feita a reprogramação das agendas de 15 dias”, disse Garcia.

CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO

No próximo dia 15, uma nova remessa de medicamentos deve chegar e o hospital também conseguiu autorização do Ministério da Saúde para importar remédios e poder normalizar os atendimentos. Ainda assim, a campanha de arrecadação continua e quem quiser ajudar pode fazer uma transferência via Pix para a chave [email protected] ou fazer um depósito em conta. Os dados para depósito bancário são: Agência 1553, conta-corrente 10000-0 e o código da operação é o 003, da Caixa Econômica Federal, em nome do Instituto do Câncer de Londrina. “Precisamos de mais medicamentos para manter o estoque regulador. Não atingimos ainda esse montante.”

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