O hospital é referência para toda a 17ª  Regional de Saúde, conta com uma equipe multidisciplinar e tem 117 leitos
O hospital é referência para toda a 17ª Regional de Saúde, conta com uma equipe multidisciplinar e tem 117 leitos | Foto: Divulgação

Considerando que uma parcela dos pacientes internados com complicações da Covid-19 precisará, em algum momento, receber cuidados de reabilitação em ambiente hospitalar, uma ala pós-Covid-19 foi estruturada no Hospital Eulalino Ignácio de Andrade, mais conhecido como HZS (Hospital da Zona Sul de Londrina). Ao todo, 30 leitos de enfermaria foram disponibilizados para atender aqueles que se recuperaram da doença, mas precisam terminar o esquema de antibiótico por infecções secundárias ou que necessitam de reabilitação mais complexa como, por exemplo, os pacientes que fizeram traqueostomia ou tiveram lesões pelo longo tempo de internação.

O diretor do hospital, Geraldo Junior Guilherme, afirma que desde que o setor foi estruturado oficialmente, no dia 5 de março, a média de atendimentos tem sido baixa, de dois a três pacientes por dia e uma taxa de permanência em torno de sete dias. Até o sábado (13), o hospital estava com oito pacientes pós-Covid.

“Minha prioridade é o pós-Covid, mas como o município vem enfrentando a falta de leitos, com muitos pacientes aguardando internação, inclusive de outros municípios, passamos a receber desde quinta-feira (11) aqueles com confirmação da doença", afirmou. O atendimento a esses pacientes foi solicitado pela Sesa (secretaria de Estado da Saúde) e secretaria municipal de Saúde.

“No dia seguinte, isto é, na sexta-feira a tarde todos os leitos já estavam ocupados. Neste momento, estamos com uma ocupação de 86%. Dos 30 leitos, 26 estão ocupados. A maioria na enfermaria, mas temos seis que são preparados para condução de pacientes mais críticos. Estou agora com dois pacientes entubados, aguardando transferência para o HU (Hospital Universitário)”, disse em entrevista à Folha nesta segunda (15) de manhã.

CAPACIDADE

O HZS tem um total de 117 leitos, sendo 67 de clínica médica não Covid-19, 30 de pós-Covid-19 e 20 de pediatria. “Com a ocupação dos leitos da ala pós-Covid-19, esses pacientes recuperados foram realocados para os de clínica médica, pois não transmitem mais a doença, mas demandam cuidados. A taxa de ocupação geral do hospital hoje é de 70%, se não contarmos os leitos de pediatria, vamos para 80%”, comentou.

O hospital é referência para toda a 17ª Regional de Saúde e na pandemia a maioria dos pacientes é encaminhada pela Central de Leitos e pelo Samu. "Mas se tiver paciente SUS nos outros hospitais, como o Evangélico e a Santa Casa, que precisam de leitos, nós recebemos também”, comentou Junior Guilherme.

Ele não sabe até quando poderá absorver os pacientes com a confirmação da doença, pois acredita que a demanda pós-Covid vai aumentar significativamente. “Temos muitos pacientes em UTI que vão conseguir melhorar. Vislumbro uma demanda aumentada pós-Covid em breve, mas teremos uma grande parcela de recuperados da doença que não precisará de internação, mas de uma reabilitação respiratória domiciliar, com um acompanhamento ambulatorial”, ressaltou.

A ala pós-Covid foi preparada para dar suporte aos pacientes com atendimento médico nas áreas de geriatria, psiquiatria, pneumologia, nefrologia, além de enfermagem, fisioterapia, psicologia, assistência social, entre outros.

Imagem ilustrativa da imagem Hospital da Zona Sul de Londrina conta com ala pós-Covid
| Foto: Isaac Fontana - FramePhoto - Folhapress

'TODOS ESTÃO SOFRENDO'

O diretor do Hospital da Zona Sul de Londrina, Geraldo Junior Guilherme, fez um desabafo sobre o cenário atual da pandemia. Ele lembra que o sofrimento é geral e que, até que a vacina chegue para grande parte da população, é preciso urgentemente que todos tomem os cuidados necessários.

“É uma doença que está trazendo sofrimento e dor. Nos hospitais, todos sofrem porque estão há mais de um ano sem férias, trabalhando intensamente. O que acontece é que as equipes de saúde estão dando o seu melhor, enquanto muitos continuam com um discurso negacionista ou defendendo outro tipo de tratamento. Quem não iria querer um tratamento mais eficaz e barato? Se existisse todos estariam fazendo esse tratamento e não chegaríamos a esse caos”, lamentou.

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