Sid Sauer
De Campo Mourão
O Hospital São José, responsável por 85% dos partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Campo Mourão, vai continuar atendendo gestantes por mais 30 dias. O atendimento foi garantido através de um acordo firmado com a prefeitura. Nesse período, o município vai pagar com recursos próprios pelo atendimento. Os valores do acordo não foram revelados. O hospital se descredenciou do SUS alegando prejuízos no atendimento.
‘‘Nesses 30 dias, estaremos adotando medidas para equacionar o problema’’, anunciou o prefeito Tauillo Tezelli (PPS), que participou pessoalmente das negociações com a direção do Hospital São José. O convênio do estabelecimento com o SUS acabou no domingo, quando a prefeitura passou a ser obrigada a enviar gestantes para cidades vizinhas. Apenas no domingo, duas mulheres de Campo Mourão tiveram filhos em Araruna (19 quilômetros ao norte).
Segundo o prefeito, nenhuma gestante ficou sem atendimento e não houve omissão de socorro por parte do hospital. Mesmo com o acordo, no entanto, a Secretaria Municipal de Saúde continua orientando as gestantes a procurar atendimento no Posto de Saúde 24 Horas ou nas unidades espalhadas pelos bairros. ‘‘Somente as gestantes já em trabalho de parto devem se dirigir diretamente ao hospital’’, ressalta a secretária Rosemeire do Carmo Martelo.
Antes do acordo que garantiu o atendimento por mais 30 dias, a direção do Hospital São José recusou outras propostas apresentadas pela prefeitura. O estabelecimento alega que os R$ 100,00 por parto normal e os R$ 220,00 por cesarianas pagos pelo SUS são insuficientes para arcar com os custos do atendimento. O hospital diz que precisa do dobro desses valores.
A principal opção da Secretaria da Saúde para resolver o problema é a celebração de um convênio com a Santa Casa para usar as instalações do antigo Hospital São Pedro para o atendimento de obstetrícia. Localizado no centro da cidade, o São Pedro foi fechado há mais de 10 anos. Desde então, chegou a abrigar o Núcleo Regional de Educação e a servir de sede provisória de uma clínica de hemodiálise interditada pela Regional de Saúde.
Hoje o prédio está para se alugado por R$ 3,5 mil. A prefeitura já fez um estudo para colocar uma ala da Santa Casa em funcionamento no local. O velho hospital poderia abrigar 28 leitos, mas precisaria de uma reforma orçada em R$ 12 mil. Os equipamentos necessários foram viabilizados através de um outro hospital desativado (Anchieta). O uso do prédio também seria provisório. É que as obras da nova Santa Casa, iniciadas em 1990, devem ficar prontas até o final deste ano.