Emerson Dias
De Foz do Iguaçu
Especial para Folha
O Instituto Médico-Legal de Foz do Iguaçu registrou 162 assassinatos em 1999, uma queda no número de assassinatos de cerca de 15% em relação a 1997, quando foram registrados 205 homicídios. Em 99, dos 418 corpos enviados ao IML, 162 foram vítimas de homicídio doloso (quando há a intenção de matar). O IML de Foz abrange a cidade e outras 12 da região Oeste. No total, foram registrados 418 mortos no ano passado, contra as 432 no ano anterior e outros 495 em 97.
Segundo o diretor do IML, Cláudio Rommel Cabanha, a redução do número de mortes é reflexo da nova lei de porte de armas que foi criada pelo governo federal. ‘‘Se continuar o trabalho intensivo da polícia de toda a região e o número de apreensões de armas irregulares aumentar, com certeza o ano 2000 vai registrar ainda menos mortes’’, avalia Cabanha.
Do levantamento feito em 99, mais de 70% das vítimas são de Foz do Iguaçu. Em 97, a cidade chegou a ser considerada mais violenta que capitais como o Rio de Janeiro, registrando 8,87 homicídios para cada grupo de 10 mil habitantes, contra 6,80 da cidade carioca.
Para o coordenador do Movimento Nacional dos Direitor Humanos em Foz, Pedro Garcia Ruiz, o trabalho conjunto dos centros criados recentemente na cidade, como a Delegacia do Menor, Centro Integrado de Atendimento ao Turista e à Mulher e a Delegacia de Entorpecentes, tem mostrado excelentes resultados no combate à violência.
‘‘Não podemos esquecer ainda o Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (CIAAD). Com a retirada de menores do caminho das drogas e do crime, a atuação desta entidade está fazendo com que o problema nem chegue a ter início’’, destaca Ruiz.
Mesmo registrando queda nos índices, o número de homicídios, tanto dolosos quanto culposos (sem intenção de matar), ainda preocupa: foram registradas 316 vítimas. Os acidentes de trânsito, que são registrados como de autoria culposa, vêm em terceiro lugar, com 59 vítimas (veja quadro).