Imagem ilustrativa da imagem Homem que impediu atirador de continuar ataque trabalhava ao lado do colégio
| Foto: Gustavo Carneiro/Folha de Londrina

Assim que ouviu o barulho dos tiros, Joel de Oliveira correu para o colégio estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina). “Vi gente correndo e fui ver o que estava acontecendo. Entrei pelo portão principal e vi as marcas de tiro”, relembrou. O serralheiro é terceirizado e trabalhava na manutenção de uma clínica de reabilitação que fica na rua ao lado da escola. Foi ele quem segurou o atirador de 21 anos até a chegada da PM (Polícia Militar).

“Fui pelo corredor que vai até o fundo e vi um vulto. Quando cheguei encontrei ele (atirador) do outro lado. Minha reação foi falar que era policial. Eu estava com o celular na mão e acredito que ele achou que era uma arma. Parou e foi quando consegui dominá-lo”, contou. “Quando falei que era policial ele estava sem a arma na mão”, acrescentou.

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Joel afirmou que enquanto mantinha o assassino “preso”, ele não esboçava reação. “Perguntei se tinha mais alguma arma e falou que não. Acredito que se ele visse que não tinha alguém ali (para o deter), ia carregar as armas e voltar a atirar”, destacou. De acordo com a Polícia Civil, o jovem disparou pelo menos 16 vezes e estava com 50 munições. Com ele foram apreendidos um revólver e uma machadinha.

Pai e avô, o serralheiro disse que as cenas que encontrou dificilmente serão esquecidas. “Vi vidros estilhaçados no chão e depois que o policial chegou para prender, fui mais para o fundo e vi as vítimas. Foi um horror. Não podemos esperar que isso pudesse acontecer dentro de uma escola”, se emocionou.

Durante o ataque, na manhã de segunda-feira (19), Karoline Alves, de 17 anos, morreu na hora. O namorado dela, Luan Augusto, de 16 anos, foi socorrido em estado gravíssimo, porém, não resistiu e perdeu a vida durante a madrugada desta terça-feira (20).

Além do atirador, que é ex-aluno do colégio, um outro rapaz, também de 21 anos, foi detido suspeito de ajudar a organizar o crime. Um adolescente foi ouvido e liberado. “Temos muitos conhecidos que estudam no colégio. Sou nascido e criado aqui, então, conhecemos praticamente todos os pais das crianças. É triste”, lamentou.

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