Homem de 55 anos morre em decorrência da dengue em Cambé
Paciente tinha comorbidades; Regional de Saúde de Londrina apresenta maior número de casos da doença neste período epidemiológico
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 03 de dezembro de 2024
Paciente tinha comorbidades; Regional de Saúde de Londrina apresenta maior número de casos da doença neste período epidemiológico
Bruno Souza - Especial para a FOLHA
A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) confirmou nesta terça-feira (3) a morte de um homem de 55 anos em decorrência da dengue, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina). Segundo a prefeitura do município, o óbito ocorreu em 22 de agosto de 2024.
A prefeitura de Cambé reforçou, em nota, que a vítima convivia com diversos problemas de saúde, sendo a cirrose hepática uma das mais graves. Também reiterou que tem "compromisso com a saúde pública" e que organiza semanalmente mutirões de limpeza nos bairros, "além de promover ações contínuas de conscientização em escolas, Unidades de Saúde e por meio de nossos canais de comunicação".
Esta foi a segunda morte por dengue confirmada em todo o estado. Em 22 de outubro, a secretaria informou que uma adolescente de 15 anos faleceu em decorrência da doença em Abatiá (Norte Pioneiro). Ela não tinha comorbidades.
A Sesa elucidou que todas as vezes que há mortes suspeitas de dengue - detectadas pelos órgãos de vigilância municipais - os casos são investigados localmente e repassados à secretaria do estado. A investigação tem um prazo máximo - segundo a própria legislação e o ministério da Saúde - de 90 dias. Durante esse processo, são feitas diversas avaliações para que se tenha a confirmação da morte por dengue ou o descarte. Esse processo burocrático acaba atrasando a confirmação dos casos, como nos óbitos de Abatiá e Cambé.
REGIÃO DE LONDRINA
A 17ª RS (Regional de Saúde) de Londrina é a que apresenta o maior número de casos confirmados da doença em todo o Paraná neste período epidemiológico. que começou em 28 de julho de 2024. Em Cambé, foram 86 casos, somados a 777 de Londrina, 78 de Rolândia e mais 29 de Ibiporã. Ao todo, a regional acumula 1.085 registros positivos. A 15ª RS de Maringá (Noroeste) registrou 466; a 1ª RS Paranaguá (Litoral) 381; a 2ª RS Metropolitana de Curutiba 378; e a 5ª RS de Guarapuava (Centro) 317.
A chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores da Sesa, Emanuelle Gemin Pouzato, destacou que a região de Londrina tem condições favoráveis à transmissão da doença, o que pode explicar o elevado número de casos. A região também possui sorotipos da dengue que não são encontrados em outras localidades.
"Além das condições climáticas favoráveis, como as chuvas e as temperaturas que ajudam na transmissão, nós temos na região norte do estado a presença de três sorotipos diferentes. Na região de Londrina, especialmente, existe a circulação do DENV-1, DENV-2 e DENV-3. O sorotipo DENV-3 não circulava no Paraná há mais de 10 anos. Então, ele encontrou a população totalmente suscetível e isso vem impactando nos números", explicou.
Segundo a profissional, o Paraná desempenha diversas ações para combater a dengue em todo o estado. "Tivemos ações durante todo o mês de novembro, como mobilizações para o controle e o combate por meio de mutirões, conscientização e limpeza urbana", salientou.
Pouzato ressaltou que a "guerra à dengue" também é um trabalho da população, que deve ficar atenta ao próprio quintal. "Toda a população deve estar engajada, fazendo inspeções em suas casas e procurar pelo menos uma vez por semana locais que possam juntar água."
NO ESTADO
O boletim semanal da Sesa também informou que foram registrados mais 301 casos da doença no Paraná. No atual período epidemiológico são 39.712 notificações e 4.535 diagnósticos confirmados.
No total, 373 municípios do Paraná já apresentaram notificações da doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e 257 possuem casos confirmados.