Hoje tem final de rodeio na Exposição
PUBLICAÇÃO
sábado, 08 de abril de 2000
Silvana Leão
De Londrina
Hoje à noite, no Recinto de Shows e Rodeios do Parque Ney Braga, durante a 40ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, serão conhecidos os melhores competidores de rodeio do País. A partir das 19 horas, acontece a final do Campeonato Nacional de Rodeio Completo, que trouxe para Londrina 91 profissionais selecionados entre 1.200, que participaram de 10 etapas realizadas ao longo do ano passado.
É a primeira vez que serão indicados os campeões brasileiros das oito modalidades disputadas. Queremos transformar os campeões que saírem de Londrina em ídolos da população, já que serão eles os responsáveis pela divulgação do esporte no País, afirmou durante a semana o presidente da Federação Nacional do Rodeio Completo (FNRC), Valdomiro Poliselli Junior.
Embora o Ministério do Esporte e Turismo só tenha reconhecido o rodeio como modalidade esportiva em abril do ano passado, estima-se que já exista uma legião de 24 milhões de fãs no Brasil. Trata-se de uma atividade que movimenta verdadeira fortuna no País, estimada em R$ 2 bilhões por ano. Os cowboys e amazonas mais premiados, além de montar animais que também valem verdadeiras fortunas, acabam fazendo um pé-de-meia invejável em cima de um touro ou cavalo.
A final em Londrina, por exemplo, terá a maior premiação da história do rodeio. Ao todo serão R$ 200 mil em dinheiro e nove caminhonetes Ranger (da Ford) para os campeões de cada modalidade, além de selas, fivelas personalizadas e o prêmio de US$ 1.750 oferecido pela Country Music Television (CMT) ao competidor mais bem pontuado de rodeio cronometrado e de montaria.
Para ser um bom cowboy, porém, não basta gostar de viver perigosamente. Na hora, o que vale mesmo é o equilíbrio, ensina Rinaldo Formiguinha da Silva, atual líder do ranking de montaria em touros. Como a maioria dos competidores, ele convive com a lida desde a infância, e confessa que sempre achou lindo os espetáculos proporcionados pelos rodeios. Começou montando touros da fazenda onde morava, em Tupã, interior de São Paulo. Gostou tanto que, aos 19 anos, passou a competir profissionalmente.
Hoje, Formiguinha está com 27 anos e admite viver bem com o que conseguiu como cowboy. Já ganhei 40 motos, oito carros, uma caminhonete e vários outros prêmios. Em outra profissão, nunca conseguiria ganhar tudo o que ganhei, só se ganhasse na loteria. A maioria dos prêmios, segundo ele, foi vendida e o dinheiro usado para comprar fazenda, gado e casas, que lhe proporcionam uma boa renda mensal.
Apesar da aparência frágil (que lhe rendeu o apelido, no início da carreira) e dos muitos prêmios acumulados (entre eles campeão de Barretos em 96, tricampeão em Presidente Prudente e bicampeão em Adamantina), Formiguinha revela que nunca quebrou nenhuma parte do corpo, como é comum na profissão. A explicação, acredita, pode estar na sua fé e na proteção de Nossa Senhora Aparecida, São Sebastião e no terço do peão, que carrega no dedo.
Em todas as competições ele cumpre um ritual: cerca de 30 minutos antes de entrar na arena, isola-se e começa a concentrar-se. Reza para seus protetores e aguça os sentidos. O peão tem que estar sempre muito consciente e ter em mente que, diante do perigo, é melhor pular fora.
Formiguinha confessa que já perdeu uns cinco ou seis amigos na profissão, mas isso não lhe dá medo. É um apaixonado pelo esporte e diz orgulhoso que o filho caçula, de dois anos e meio, já fala em seguir a carreira do pai. Se ele quiser mesmo, vou dar a maior força.
João Henrique Giannasi, que está em 5º lugar no ranking da categoria montaria em cavalo bareback (onde o competidor monta no animal em pêlo), garante que o esporte não é tão perigoso quanto se imagina. No rodeio profissional, os cowboys estão bem preparados e usam equipamentos de proteção. O cowboy hoje é um atleta. Giannasi já quebrou dedo e clavícula (mas nada muito sério...), e faz alongamento e aquecimento para melhorar a concentração antes de entrar na arena.
Há cinco anos no esporte, Giannasi é tetracampeão nacional e campeão mundial universitário em sua categoria. Entre os prêmios, já ganhou três motos, dois carros e uma caminhonete.Vencedores do Campeonato Nacional de Rodeio Completo serão conhecidos hoje em Londrina; prêmios incluem dinheiro e veículos
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