Se há certeza que a história do Paraná começa em Paranaguá, há incertezas quando ao início exato da cidade. Rica em monumentos históricos, Paranaguá teria nascido da busca da maior das riquezas do século XVI: o ouro, explorado pelos colonizadores portugueses. Diz-se que o começo de tudo teria sido em 1560, quando os bandeirantes partiram de Cananéia, um dos mais antigos povoados do litoral brasileiro, rumo ao sul. Os desbravadores teriam aportado na Ilha da Cotinga e criado ali um povoado, que daria origem a Paranaguá.
Em 1549, o alemão Hans Staden chega ao Brasil e se tornaria uma das personalidades lembradas na cidade. Ele é que registrou que, para trabalhar nos garimpos e na agricultura, os portugueses escravizavam os índios. Em 1560, os moradores do povoado erguem a capela Nossa Senhora das Mercês na Ilha de Cotinga. Enquanto isso, o ouro atrai novos aventureiros. Em 1585, é construída a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a mais antiga do Paraná.
Por conta das expectativas com a exploração do ouro, em 29 de julho de 1648 a vila é elevada à condição de cidade. Surge, então, para ficar na história, o nome de Gabriel de Lara, um bandeirante nascido em Parnaíba (São Paulo). Lara teve papel importante no desenvolvimento da cidade a partir de 1646. Foi ele quem manifestou, perante a Câmara Municipal de São Paulo, a descoberta das minas de ouro nas encostas da Serra Negra. Ele também que pediu a criação da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.
Na história da colonização da cidade, teve importância significativa a construção do Colégio dos Jesuítas, em 19 de março de 1755. Muito embora Paranaguá tenha sido sempre a porta de entrada de influências filosóficas, políticas, jurídicas e culturais, a cidade está há 100 anos sem um único teatro, o que demonstra seu declínio cultural.J.A.