A Delegacia da Mulher de Londrina cumpriu, na quinta-feira (27), quatro mandados de busca e apreensão em Londrina e Cambé. O objetivo da ação foi localizar armas de fogo e outros objetos que tenham sido usadas na prática de crimes envolvendo o contexto de violência doméstica contra a mulher. Uma arma de fogo foi apreendida. A operação foi denominada “Agosto Lilás”, em alusão ao mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.

Imagem ilustrativa da imagem Guarda municipal é alvo de operação da Delegacia da Mulher
| Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Os alvos ainda foram intimados a comparecer e prestar depoimento, para que os inquéritos sejam concluídos. “Todos os mandados foram cumpridos. O investigado que teve a arma apreendida tem o registro e o objeto estava dentro da residência. As denúncias das ex-companheiras são de ameaças e dos investigados usando armas de fogo para isso”, elencou Magda Hofstaetter, delegada da Mulher.

GUARDA MUNICIPAL

Um dos investigados, que teve a residência verificada, é um guarda municipal. De acordo com a Polícia Civil, ele foi denunciado pela ex-esposa por amaças, inclusive, de morte, pois, não estaria aceitando o fim do relacionamento. Uma medida protetiva foi solicitada pela denunciante. “Não tinha nenhuma arma particular no imóvel”, explicou.

A Corregedoria-Geral do Município esteve presente nas buscas em relação ao GM, a pedido da delegacia, por se tratar de um funcionário público. “Vamos acompanhar as investigações para saber se o inquérito tem relação com o trabalho na Guarda Municipal e avaliar medidas”, afirmou o corregedor-geral, Alexandre Trannin.

A medida protetiva expedida pela Justiça contra o guarda determina que seja suspensa a posse da arma dele durante o desempenho das funções. “Estamos encaminhando o ofício à secretaria municipal de Defesa Social e vai ser acatado”, garantiu o corregedor.

OUTRAS OPERAÇÕES

Esta foi a segunda operação da Delegacia da Mulher na cidade em pouco mais de um mês. Em julho, os policiais deram cumprimento a dez mandados de busca e apreensão. A ação teve o propósito de apreender armas, munição e outros objetos usados em casos de violência doméstica familiar.

PRISÕES

Somente neste ano, 48 prisões foram realizadas pela delegacia especializada em Londrina, entre flagrantes e ordens judiciais. Em uma das situações, recentemente, a equipe da Polícia Civil estava passando pela avenida Dez de Dezembro, quando se deparou com um homem batendo na companheira com socos. Na abordagem, a vítima relatou que há dois anos estava sofrendo agressões físicas. “São crimes variados (que resultaram em prisão), já que todos os delitos acabam sendo abrangidos”, esclareceu Hofstaetter.

A orientação da delegada é procurar as autoridades de segurança pública e serviços sempre que a mulher vivenciar uma situação de violência. Segundo a Lei Maria da Penha, agressão não é apenas a que deixa marcas físicas. A legislação também condena casos de violência emocional ou psicológica, como xingar, humilhar e ameaçar. No Paraná, no primeiro semestre deste ano, foram registrados 16.659 boletins de ocorrência envolvendo crimes contra mulheres.

“Ao menor sinal de violência é preciso denunciar para romper o ciclo e acabar com relacionamentos abusivos, que podem ter um desfecho pior, como um feminicídio. Por muito tempo se achou que a violência contra a mulher era algo de menor importância, que deveria ser resolvido apenas pelo casal e não por terceiros, mas não é assim. Todos devem estar envolvidos”, destacou.

SERVIÇO - Denúncias podem ser feitas por meio dos telefones 180 (Central de Atendimento à Mulher) e 181 (Disque Denúncia).

Atualizada às 13h

Imagem ilustrativa da imagem Guarda municipal é alvo de operação da Delegacia da Mulher
| Foto: Folha Arte