O Grupo de Estudo para Desenvolvimento e Tratamento Odontológico ao Excepcional de Londrina (Getexcel) está comemorando o reconhecimento oficial da entidade como instituição de utilidade pública. A declaração foi concedida pelo Ministério da Justiça, em janeiro, e significa o acesso a recursos federais para a manutenção e ampliação do serviço prestado pelo Getexcel.
Fundada em 92, a instituição funciona no Centro de Saúde Especial Bárbara Daher, na avenida Leste-Oeste. Atende hoje 1.400 pacientes, entre crianças, jovens e adultos com deficiências físicas e mentais da região e até de outros Estados.
A vice-presidente do Grupo, Martha Issa Prado Vieira, explica que a instituição sobrevive de doações e ajuda de custo dos municípios da região que utilizam o serviço. ‘‘Nosso atendimento é gratuito e não está vinculado a contribuições, mas algumas prefeituras vinham colaborando.’’
Além desses recursos, normalmente direcionados para o pagamento de pessoal e compra do material usado nos tratamentos, o Getexcel recebe recursos da Holanda. ‘‘É graças a este apoio que conseguimos equipar o centro’’, afirma a vice-presidente.
Apesar dessas ajudas, o Getexcel vem enfrentando problemas para continuar atendendo. Martha Vieira explica que desde agosto do ano passado as prefeituras pararam de contribuir. ‘‘A mudança das administrações agravou a situação porque, por não conhecer a entidade, os novos prefeitos dão por encerrado os convênios’’, acrescenta. Além disso, os recursos doados pela Holanda são esporádicos e tem destinação ‘‘certa’’: não podem ser gastos com pagamento de pessoal, principal dificuldade da instituição.
Por conta das dificuldades, em agosto do ano passado, o grupo teve de fechar o centro cirúrgico, onde eram atendidos os casos mais sérios - cerca de 10% dos pacientes. ‘‘Não tínhamos como pagar a enfermeira, o cardiologista e o anestesista.’’ Hoje o Getexcel tem seis funcionários. Os seis dentistas que prestam atendimento na entidade são voluntários - cedem um dia e meio de trabalho por semana para a instituição. ‘‘O título veio em boa hora porque abre a possibilidade de angariar mais recursos e, quem sabe, voltar a abrir o centro cirúrgico.’’
O problema é que até o título ‘‘frutificar’’ e a instituição conseguir os recursos, as dificuldades permanecem. ‘‘Já pensamos até em lançar uma campanha tipo adote um funcionário’’, comenta Martha Viera.
Para agravar a situação, os atendimentos estão sendo viabilizados com material de estoque, e a instituição não tem perspectivas de quando terá recursos para repor o que está sendo gasto. ‘‘Estamos trabalhando normalmente e todo recurso que entra é destinado à compra de material e manutenção do serviço. Mas a situação é preocupante.’’
Serviço: quem quiser ajudar pode depositar qualquer quantia na conta da entidade, número 50745 da agência 317 - Banestado. Ou entrar em contato com o Getexcel pelo telefone (043) 348.0728.