Até onde os passos podem te levar? No caso de um grupo de corrida, o ponto final de um percurso que começará a ser trilhado em 1º de janeiro será a solidariedade. Cada quilômetro percorrido durante todo o mês pelos amigos e simpatizantes vai ser convertido em R$ 1, que depois será somado e investido na aquisição de tênis em prol de crianças e adolescentes carentes de escolas públicas de Londrina e de Cambé, principalmente para as aulas de educação física.

A iniciativa surgiu em 2018 e foi idealizado pelo professor Luciano Pizi, que procurava uma forma de manter a prática de exercícios físicos nas férias e poder ajudar as pessoas. A ação foi crescendo entre participantes e doações ao longo dos anos. Na primeira edição foram repassados nove pares de tênis novos e outros quatro doados. Neste ano foram comprados 88.

Na edição de 2021 deverão correr aproximadamente 40 pessoas. “Vamos correr entre 1º e 31 de janeiro. Temos um grupo de WhatsApp e cada participante corre e coloca no grupo a quilometragem. No final do mês somamos, calculamos o que cada um fez e apresentamos para todos. Conforme podem, vão depositando para assim que começarem as aulas possamos comprar os tênis”, explicou Pizi.

APOIADOR

Com a pandemia de coronavírus inferindo diretamente nas aulas presenciais, o decorrer do ano letivo ainda é incerto, entretanto, a aquisição será feita e os calçados repassados, mesmo que demore mais que nos anos anteriores. O grupo de corrida recebeu o nome de Running Four Help e está disponível para mais pessoas que desejam correr. Aqueles que não podem, seja pela falta de condição de saúde ou tempo, conseguem colaborar de outra maneira.

“Tem o apoiador, que é aquela pessoa que não pode correr, mas dá o valor correspondente ao que o integrante do grupo percorreu. Se o integrante correu 150 quilômetros, ele dá R$ 150 e o apoiador mais R$ 150”, exemplificou. “Não temos meta, mas pela quantidade de pessoas e envolvimento, a expectativa é boa”, destacou.

RESPONSABILIDADE

A dona de casa Rayana Rosena Menusso Persuhn Figueiredo integra o projeto há três anos. Ela ficou sabendo por meio de Pizi, que era seu técnico de futsal, e logo se interessou. “Não corria (na época). O Luciano foi meu grande incentivador e não me deixava desistir. Mesmo depois do projeto ter acabado, continuei correndo e nunca mais parei. De quatro quilômetros muito sofridos, hoje já corro 21”, comemorou.

Moradora de Cambé (Região Metropolitana de Londrina), Figueiredo contou que irá correr alternando os lugares e, mesmo em férias na praia, vai continuar. “Meu intuito é sempre querer ajudar o próximo, não importa em que situação de vida. O projeto me deixa muito feliz e é importante, porque visa colaborar e tem o nosso bem estar. Nos dá uma responsabilidade, já que alguém depende da nossa força de vontade. Isso é gratificante, fortifica”, avaliou.

OBJETIVO COMUM

O biólogo Luiz Felipe Pereira conta que o objetivo é que cada um percorra quatro quilômetros diariamente, porém, isto pode variar, como no seu caso. “Cada um faz o seu ritmo. Corro dia sim, dia não, de oito a dez quilômetros. Vou intercalando com a prática de outros esportes”, relatou. Acostumado a se exercitar no Igapó, pretende utilizar ruas e no início do dia, para evitar aglomeração e sempre de máscara.

Pereira conheceu a iniciativa por meio de uma matéria publicada na FOLHA. “É bem agradável. Além de ser muito tranquilo, todos correm com o mesmo objetivo, de contribuir e melhorar a situação de quem precisa”, valorizou.

SERVIÇO - Interessados em integrar o grupo ou ajudar podem entrar em contato por meio do telefone (43) 99920-9646.