Faz três meses que a relação entre a PM (Polícia Militar) e os comerciantes do centro de Londrina ganhou um aliado: a tecnologia. Em agosto, um grupo no WhatsApp foi criado para reunir policiais e lojistas da área central. Hoje são mais de 800 empresários e gerentes que tem acesso direto e instantâneo com o 5° Batalhão.

Mas existem regras para participar. “É um canal de contato informal com a PM. O canal de contato formal é o telefone 190 e o aplicativo 190. Antes de adicionar explicamos como funciona e não pode postar bom dia, boa tarde, vídeos sobre política, religião, futebol. Não é um canal para debate, mas para que comuniquemos à população assuntos importantes sobre segurança”, explicou o tenente-coronel Marcos Tordoro, comandante do 5° Batalhão da Polícia Militar.

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Por meio do grupo os policiais passam orientações, prestam contas sobre a rotina nas ruas e postam sobre abordagens feitas. Em contrapartida, os comerciantes relatam sobre pessoas em atitude suspeita e compartilham câmeras de furtos e roubos. “Conhecemos algumas ‘figuras carimbadas’ do Calçadão, mas não sabemos se estão com intenção de fazer algo de errado. O grupo é bom, porque os comerciantes postam e ficamos mais atentos caso a pessoa passe em frente à loja. Os policiais respondem rápido”, destacou Claudia Amaral, que é gerente de uma loja de móveis e eletrodomésticos.

Os resultados da iniciativa têm repercutido positivamente nos índices de criminalidade. Em outubro, o número de furtos na área do 5º Batalhão diminuiu 24% e o de roubos 46%, se comparado com o mesmo período do ano passado. O centro representa parte expressiva dessas estatísticas.

Segundo a PM, são os menores índices para o mês em dez anos. Já as prisões por tráfico de drogas aumentaram 26%. “Nossa perspectiva é de que em novembro também teremos números positivos e isso reflete na sensação de segurança”, projetou Tordoro. “Com a interação nós conhecemos os problemas que as pessoas têm vivido na área da segurança. A partir daí fazemos a demanda passar por um filtro e temos a obrigação de realizar ações de polícia para resolver o problema na medida das nossas possibilidades”, frisou.

PRESENÇA FÍSICA

Antes de ser adicionado, o lojista recebe a visita da equipe policial, seja a que faz o patrulhamento de viatura ou com bicicleta, como é o caso do sargento Pereira. “Procuramos manter o contato com o maior número de comerciantes possível, vendo as demandas e na medida possível atender. Ou frequentamos as lojas ou falamos pelo WhatsApp”, comentou. “Ultimamente todos os furtos que têm é mandado no grupo, eles nos pedem informações e a abordagem é mais rápida”, relatou a atendente Ana Caroline Chaves.

IMPACTO NA ECONOMIA

A avaliação do comandante do 5º Batalhão é de que a sensação de segurança também promove benefícios na economia local. “Nas políticas públicas do Governo do Estado precisamos nos preocupar com isso. A sensação de segurança aumentada tranquiliza o comerciante”, defendeu. “O Calçadão tem malandros e a proximidade da PM e da Guarda Municipal têm ajudado bastante”, constatou Claudia Amaral.

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