A greve das professoras dos CEIs (Centros de Educação Infantil) filantrópicos de Londrina teve aumento na adesão no segundo dia, esta quarta-feira (14), conforme o Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná). O sindicato representa as cerca de 1,4 mil professoras das 63 creches. Destas, 85% “pararam” na terça (13), número que teria subido para 90% após a deliberação unânime de manter o movimento. Os números foram repassados pelo sindicato.

A reavaliação foi realizada em assembleia na tarde de terça (13), marcada após a Justiça conceder uma liminar, a pedido da Prefeitura, exigindo que pelo menos 60% das professoras comparecessem às creches, sob multa diária de R$ 5 mil ao Sinpro. A decisão judicial também garantiu o direito de greve dos trabalhadores, proibiu o desconto dos dias parados e estabeleceu multa diária para as instituições que coagirem professores a retornar ao trabalho.

O sindicato enviou à Vara da Fazenda Pública de Londrina, nesta quarta (14), uma petição solicitando explicações sobre como este regime de trabalho deverá funcionar, por meio da convocação da Prefeitura e entidades e sindicatos patronais para uma audiência de conciliação de urgência. Foi questionado se deve ser cumprido “em forma de escalonamento ou rodízio e como garantir as situações que envolvam serviços prestados em situações específicas”.

Também foi solicitada uma redução do percentual mínimo de docentes para 40%, com entendimento de que “seja suficiente para a manutenção do serviço mínimo essencial”.

OBJETIVO

Uma manifestação em frente à Prefeitura está marcada para ass 10h30 desta quinta (15), almejando sensibilizar a população sobre as reivindicações dos professores e retomar as negociações salariais. "Queremos dar continuidade às negociações que estavam em andamento há semanas. Nossa mobilização visa garantir melhorias salariais justas para estes profissionais ", informou André Cunha, presidente do sindicato.

O movimento busca reduzir a discrepância salarial dos docentes com relação ao recebido por professores de CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil), afirmando que as funções realizadas e exigências são as mesmas, mas que a disparidade chega a ser de 80%. As educadoras das creches filantrópicas têm remuneração de R$ 2.291,10, contra os R$ 4.800 recebidos pelos docentes nos centros geridos pelo município.

A greve seria encerrada se a Prefeitura aceitasse a proposta ideal para o Sindicato, explicou Cunha. Moacir Szekut, também do Sinpro, afirmou que o objetivo é “assinar com o prefeito um escalonamento de reajuste real até 2028, que é até onde vai o mandato dele", detalhando que o pedido é por um reajuste de 15% em 2026 e em 2027, com outro de pelo menos 10% em 2028, totalizando um ganho real de 40% para as professoras. "Nós não queremos equiparar o salário de CEl com CMEl, mas nós queremos aproximar e fazer justiça porque elas merecem esse reconhecimento", pontuou Szekut.

PREFEITURA

A Prefeitura de Londrina promoveu, nesta quarta-feira (14), uma reunião com o SINIBREF INTER para discussão da greve. Conforme o Sindicato Interestadual das instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas, é o “sindicato patronal que representa legalmente as organizações da sociedade civil parceiras do Município de Londrina”, representando assim, os CEIs de Londrina.

Em nota, o Sinpro informou que não foi convocado para nenhuma reunião com o órgão municipal no dia, “e segue aguardando esclarecimentos referente a qual é o sindicato patronal que representa as entidades filantrópicas de Londrina”.

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