O novo delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial (SDP) de Londrina, Gilson Garret Algawer, tomou posse ontem em solenidade realizada no auditório do Sindicato do Comércio Varejista (Sincoval). Vários delegados de Londrina e região, empresários e policiais militares estiveram presentes. Garret chegou afirmando que tudo será prioridade em seu trabalho, e que pretende lutar por mais investimentos na área da segurança em Londrina.
O delegado admitiu que as atuais condições de trabalho da Polícia Civil (PC) deixam a desejar, e disse que o município precisaria de pelo menos 15 distritos policiais, ‘‘mas a realidade é outra’’. Atualmente a cidade conta com apenas seis distritos.
Em seu discurso de posse, Gilson Garret reafirmou o que já havia declarado em entrevista concedida ontem à Folha: ‘‘Vou exigir competência e honestidade dos que estiverem trabalhando comigo’’. Ele lembrou que estas qualidades existem também no novo delegado-adjunto, João Eduardo Carrula, indicação sua para o cargo.
Segundo o delegado-chefe, o momento não é para estrelismos e nem de corporativismo nas polícias civil e militar. ‘‘Não é hora de dizer quem prendeu ou quem fez o quê, mas de trabalharmos em conjunto.’’ E mais uma vez disse que não pretende dispensar a ajuda de ninguém na nova empreitada.
O pronunciamento de Garret demonstrou sintonia com o feito pelo delegado geral da Polícia Civil no Paraná, Leonyl Ribeiro, que também falou da importância do trabalho unificado entre as duas polícias. ‘‘Não importa a cor do gato, importa que ele cace o rato’’, falou. Esta filosofia é defendida por Ribeiro desde que atuou como delegado-chefe da 10ª SDP em Londrina, há três anos. Foi ele quem criou na cidade o Centro de Triagem Integrado, em funcionamento até hoje.
A exemplo de Garret, o delegado geral destacou a necessidade de profissionalismo, transparência e lisura no cargo. ‘‘O senhor foi escolhido pelos seus méritos e pelo seu passado, e não por indicação política’’, afirmou, dirigindo-se ao novo delegado-chefe de Londrina. Ribeiro lembrou que a Polícia Civil teve a reputação abalada nos últimos meses, diante de denúncias de corrupção. ‘‘O senhor está recebendo uma carga muito grande, mas tenho certeza que saberá prestar contas à sociedade a contento.’’
Leonyl Ribeiro anunciou que dentro de aproximadamente um mês a Escola da Polícia Civil estará convocando os candidatos aprovados no concurso da Polícia Civil para realizarem o treinamento necessário à contratação. Este curso dura de três a quatro meses, e a princípio serão chamados apenas os escrivães.
Ao final da solenidade, integrantes do Movimento dos Aprovados na Polícia Civil conversaram com Ribeiro para pedir a agilização nas contratações e que, além dos escrivães, fossem chamados também os investigadores. A resposta foi que abreviar o processo é impossível, já que a Escola da PC não tem estrutura para treinar mais gente do que está previsto.
Também participaram da solenidade de posse dos novos delegados o chefe da Divisão Policial do Interior do Estado, Luís Fernando Viana Artigas; o delegado da Polícia Federal José Luís do Prado; e a diretora do Fórum de Londrina, juíza Lídia Maejima, entre outras autoridades.
Os delegados Wanderci Corral Fernandes e Acácio de Azevedo, que ocupavam respectivamente os cargos de delegado-chefe e delegado-adjunto da 10ª SDP, ainda não sabem para onde serão transferidos. Eles ficam, de agora em diante, à disposição da Polícia Civil do Estado.
Fernandes afirmou que entra de férias nos próximos dias, e ainda não sabe se vai emendar com licença-prêmio a que tem direito. ‘‘Não sei quanto tempo vou aguentar ficar sem trabalhar.’’ O delegado ocupou a chefia da 10ª SDP por três anos. Recentemente ele foi citado em denúncias de envolvimento de policiais civis em um grande assalto em Londrina, que ficou conhecido como caso Profort.