Gangue é presa, após incendiar casas
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 18 de janeiro de 2000
Emerson Cervi
De Curitiba
Grupo é acusado de cometer homicídios, vender drogas, entre outros crimes. No domingo, gangue tentou matar Eliseu Peres. Como ele fugiu, mataram o cão
Estão presos na delegacia de Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba, seis integrantes de uma gangue acusada de cometer homicídios, ameaçar moradores da região e praticar tráfico de drogas no município, além de outros crimes. Na noite de domingo e madrugada de segunda-feira, eles tentaram assassinar Eliseu Peres, 36 anos, destruíram a casa dele e atearam fogo em outras duas residências do jardim Natal. Temos recebido várias denúncias contra essa gangue e solicitamos a prisão preventiva pelo menos do líder do grupo, que responde por crimes anteriores, contou ontem a delegada titular de Almirante Tamandaré, Delair Ribeiro Manfrom.
Edson José Figueiredo, Isaías Machado do Pilar, Mário Celso Venoski, Givaldo Fiel Feitosa, Sandro Jackson dos Santos e o menor T.G.A., 14 anos, invadiram a casa de Eliseu Peres no início da noite de domingo. Fizeram seis disparos contra Peres, mas não conseguiram acertá-lo. O dono da casa pulou o muro e fugiu no porta-malas do carro do vizinho. Por volta das 2 horas da manhã de ontem a gangue voltou ao local. Como Peres não tinha voltado para casa, destruíram tudo o que havia dentro do imóvel.
Eles ainda arrancaram os olhos e as tripas do cachorro da vítima, contou a delegada. Essas gangues cometem crimes bárbaros sem motivo relevante. Nesse caso, apenas porque desconfiavam que Eliseu Peres estaria dedurando as atividades ilícitas deles na região.
Em seguida, eles atearam fogo na casa de Iolanda Saldanha Cunha e de um vizinho dela, que ficavam no mesmo bairro. Em novembro do ano passado um dos filhos de Iolanda foi assassinado. Segundo testemunhas, o menor T.G.A., apreendido ontem pela polícia, e um cúmplice identificado até agora apenas como Celso teriam cometido esse crime. Mas até ontem a polícia ainda não tinha iniciado o inquérito para investigar o caso. Desde o homicídio, os integrantes da gangue estavam exigindo que Iolanda Cunha se mudasse do jardim Natal. Eles ameaçavam a mulher e como ela não se mudou, resolveram queimar a casa, disse. Iolanda não estava em casa no momento da invasão e do incêndio.
Delair Ribeiro é delegada de Almirante Tamandaré há apenas 1 mês e meio. Quando cheguei aqui as gangues já estavam formadas e minha prioridade é terminar com elas. A polícia possui os nomes dos integrantes e alguns crimes cometidos pelas quatro gangues mais violentas do município. Com a prisão desses seis elementos, estamos próximos de desbaratar outra gangue, a do Boneco, disse. As pessoas desse município precisam acreditar mais em Deus, há violência e crimes que não têm justificativa, completou.