O funcionário da Companhia de Desenvolvimento de Londrina (Codel), José Feliciano, 57 anos, acusa o policial militar, indentificado como Tranin, de tê-lo agredido com chutes na perna. Feliciano disse ter sido confundido com homossexual no interior de um banheiro público no Bosque no centro da cidade. ‘‘Ele chegou sem falar nada e me deu um pontapé na coxa esquerda. Fiquei surpreso pela violência do policial e cheguei a chorar de indignação. Meu companheiro de trabalho, o Dinaldo, que estava comigo não entendeu e, ao indagar sobre o que acontecia, quase apanhou também’’, afirmou Feliciano.
A agressão teria ocorrido por volta das 9 horas da manhã de anteontem, quando a vítima e o companheiro arrumavam a descarga da privada do banheiro feminino no local. Até ontem à tarde, Feliciano estava muito nervoso e sob observação médica. Ele possui sequelas de dois derrames que sofreu em anos anteriores. A maior revolta do trabalhador era porque, depois de o soldado perceber a gravidade do seu ato, tentou pedir desculpas alegando tê-lo confundido com um homossexual. ‘‘Isto não é justificativa para um policial sair dando chutes em todo mundo. Ninguém tem o direito de agredir e depois perguntar quem era realmente a sua vítima’’, desabafou Feliciano, que ficou com um hematoma na coxa e hoje fará exames de lesões coporais.
Ontem à tarde o comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, Ademir Costa, afirmou à Folha que mandou abrir sindicância para apurar a agressão. ‘‘Hoje mesmo vamos identificar o soldado e vamos recolhê-lo para o quartel onde ficará preso fora de qualquer função. Isto não é atitude de policial’’, afirmou Costa. O coronel enfatizou que diariamente a Polícia Militar é chamada para prender homossexuais, praticando atos obcenos nos banheiros do Bosque e a confusão poderia ter sido gerada por este motivo.Cesar AugustoJosé Feliciano: confundido com homossexual no banheiro do BosquePaulo Ubiratan