Foliões lotam estacionamento do Jardim Botânico em Londrina
Primeiro carnaval após o fim das restrições da pandemia levou multidão à zona sul da cidade
PUBLICAÇÃO
domingo, 19 de fevereiro de 2023
Primeiro carnaval após o fim das restrições da pandemia levou multidão à zona sul da cidade
Simoni Saris - Grupo Folha

O estacionamento do Jardim Botânico (zona sul) ficou pequeno para acomodar os milhares de foliões que foram curtir o Carnaval de Rua de Londrina 2023, o primeiro após o fim das restrições sanitárias da Covid-19. Nem o céu de nuvens carregadas nem o vento gelado que em nada lembravam um dia de verão desanimaram o público do evento, que teve como principal atração o Bloco Bafo Quente.

Um ponto de concentração de foliões foi montado na avenida Expedicionários, que dá acesso ao Jardim Botânico e eles começaram a chegar por volta das 14 horas. A festa começou com uma apresentação do Clube do Choro e, em seguida, os blocos Barbada e Rua Eklétika foram acompanhados em cortejo, por cerca de um quilômetro, até o estacionamento, onde foi montado o palco.
Depois de um intervalo de dois anos, os carnavalescos esperavam ansiosos pelos dias de folia. “Estava com muita saudade de pular o carnaval. Estava fazendo muita falta. Eu estava ansiosíssima, preparando a roupa para vir e a animação está a mil. Gosto muito do carnaval. Viemos para ficar até o final da festa, mas depois vamos esticar”, disse a professora Jéssica Brandete.

“Eu só fui em um carnaval antes da pandemia, mas estava sentindo falta. Estou muito animado, espero que seja muito legal. Comprei até uma fantasia brilhante para refletir quando soltarem as luzes”, disse o estudante de medicina Pedro Simão.
Quem também sentiu falta de pular carnaval nos dois últimos anos foi a garçonete Vânia Souza, que foi para a festa vestindo uma fantasia de coelha. “Eu estava com muita saudade. Gosto do carnaval dos blocos e acho que hoje a gente vai conseguir extravasar, isso aqui está muito lindo”, comentou.

Durante quatro semanas, toda a estrutura do carnaval de rua foi planejada para se adaptar ao espaço do Aterro do Lago Igapó, mas na última sexta-feira (17), a prefeitura anunciou a transferência da festa para o Jardim Botânico em razão do grande volume de chuva que caiu na cidade. Os organizadores avaliaram que o gramado encharcado colocaria em risco a segurança do público por ser necessária a instalação de vários equipamentos elétricos, de luz e som.
A mudança repentina de endereço não foi empecilho para quem estava a fim de brincar o carnaval. Bailarinas, piratas, fadas, bruxas, princesas de contos de fadas, super heróis e muitos outros personagens, sempre com muito glitter, chegavam em peso. No início da noite, ainda era grande o número ode pessoas descendo a pé a avenida dos Expedicionários.

Em 2020, último carnaval antes da pandemia, o carnaval de rua de Londrina arrastou uma multidão de cerca de 50 mil pessoas. Para este ano, a expectativa era reunir 20 mil pessoas e o secretário municipal de Cultura, Bernardo Pellegrini, estava animado com a resposta do público. “Depois de dois anos sem festa presencial, a gente não tinha ideia de público, mas acho que vai chegar nas 20 mil pessoas. O principal nesse carnaval foi a organização da equipe que fez. A equipe da prefeitura nunca foi tão unida”, elogiou.
Pellegrini acredita que o formato de carnaval de rua embalado por blocos, já consolidado no Rio de Janeiro e em São Paulo, deve se firmar por aqui também. “Só tem jovem no carnaval. Carnaval não era uma coisa só de jovem, mas esse formato, de bloco, veio para ficar um bom tempo. Esse apelo da cultura popular entre os jovens vem crescendo muito. Acho que a gente chegou no modelo de carnaval dos anos 2020. Essa década vai ser marcada por esse formato”, analisou.

