Cláudio Osti
De Londrina
Os moradores dos conjuntos Lindóia e Eucaliptos (zona leste de Londrina) estão irritados por causa da fumaça que continua saindo do terreno onde funcionava a fábrica de tintas Kenia, no final da Rua Maritacas.
No último dia 10, os bombeiros foram chamados para apagar um incêndio no local. Vários tambores que acondicionavam resíduos de tinta estavam em chamas. Os bombeiros conseguiram apagar o fogo. Em seguida, máquinas da prefeitura jogaram terra em cima dos tambores mas o problema não foi resolvido. Ontem era possível ver vários focos de fogo saindo dos tambores, além de muita fumaça.
Muitas pessoas que moram próximas ao local estão com problemas de saúde por aspirarem a fumaça. A aposentada Cecília Herculano da Silva diz que tem vômitos e está com o ‘‘pulmão doendo’’.
Ao lado da fábrica mora a família de Belmiro Amaro, com 9 pessoas – quatro crianças. ‘‘De noite não dá para dormir, a garganta dói muito para respirar’’, afirmou Amaro. Segundo ele, há 10 dias não pára de sair fumaça. Amaro confessa que está com medo e afirma que existem dezenas de tambores com borra de tinta espalhados em todo o terreno. ‘‘E se esse fogo que está aí se espalha? Isso aqui vai virar um inferno’’, disse.
O tenente Anderson Willians de Souza Cortez, do Corpo de Bombeiros, disse que o trabalho da corporação foi feito. ‘‘Nós fomos lá e apagamos o fogo’’. Segundo ele são as entidades ambientais que devem, agora, tomar providências.
O presidente da Autarquia Municipal do Ambiente (AMA), Rubens Canizares, disse ontem que uma equipe de técnicos já foi ao local e fez um relatório. ‘‘Nós não temos maquinário e nem poder de fiscalização, por isso enviamos o relatório para o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e para a Companhia de Urbanização de Londrina (Comurb) para que eles possam tomar providências’’, esclareceu ele. Canizares adianta que uma das providências poderia ser a remoção dos tambores para o aterro industrial, em Curitiba.
A Folha entrou em contato com o IAP mas o responsável pela fiscalização, Nelson dos Santos Pereira, estava viajando e só retorna amanhã. O diretor de manutenção da Comurb, Humberto Rodrigues de Lima, disse ontem que está esperando o relatório da AMA, e assim que fizer a análise a companhia tentará encontrar uma solução a curto prazo.