Imagem ilustrativa da imagem Feirantes voltam às ruas neste domingo
| Foto: Micaela Orikasa / Grupo Folha

Acordar cedo e ir para a feira livre. Aos poucos, os londrinenses estão retomando as atividades do cotidiano, mas com um cenário um pouco diferente. Tem que ser respeitado um distanciamento entre as barracas, as superfícies devem ser higienizadas constantemente e todos devem usar máscaras.

Na segunda maior feira da cidade, na esquina da avenida São Paulo com as ruas Espirito Santo e Alagoas (região central), os feirantes puderam voltar ao trabalho na manhã deste domingo (26). O clima entre os trabalhadores era um misto de alívio e ânimo.

"Estou animado e sinto que as coisas estão se estabilizando, graças a Deus. Vivo dessa renda há mais de 20 anos e nunca tinha passado por nada parecido. Ficamos 30 dias parados e por isso, retornar ao trabalho é muito bom", comentou Alessandro Magri, comerciante de frutas, verduras e legumes.

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Suspensas desde o dia 30 de março, em razão da pandemia do novo coronavírus, as 34 feiras que ocorrem semanalmente em Londrina voltaram a acontecer na manhã de sexta (24), na rua Santos, região central, após decisão na noite anterior durante uma reunião do Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública).

Em transmissão on-line na sexta, o presidente da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Marcelo Cortez, falou sobre as regras para o retorno das atividades. Ficou decidido que as barracas devem ser montadas a uma distância de dois metros umas das outras e não será permitido o consumo de alimentos nas feiras.

Os comerciantes são responsáveis por orientar as pessoas sobre possíveis aglomerações em frente às bancas e também terão que substituir bacias e outros utensílios para a escolha dos itens por sacolas plásticas para cada cliente.

O uso de máscaras é obrigatório para comerciantes e clientes. Todas as estruturas e superfícies deverão ser constantemente higienizadas com álcool gel, que também deverão estar à disposição dos frequentadores.

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| Foto: Micaela Orikasa / Grupo Folha

Na barraca de pastel de José Roberto Peil, o movimento ainda era tímido. "Digamos que caiu cerca de 50%, mas o importante é pingar e não secar", disse, se referindo às vendas. Dessa vez, os clientes não puderam comer o pastel na feira. Todos os pedidos eram para viagem.

O presidente da União dos Feirantes, Silvio Costa, percorria as barracas para garantir que as medidas preventivas estavam sendo cumpridas. Ele também distribuiu máscaras para comerciantes e clientes. "Foi como uma vitória para nós. Vejo menos risco aqui do que em supermercados. Está todo mundo cumprindo as orientações", afirmou.

Das 120 barracas, cerca de 30% não estavam presentes neste domingo. Segundo Costa, são feirantes que estão no grupo de risco e portanto, não devem trabalhar.

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Com as mãos cheias de sacolas e fazendo o uso de máscaras, o casal Faro estava feliz com o retorno das feiras. "A gente mora perto do HU, mas todos os domingos frequentamos essa feira por causa da variedade, da organização. Sou comerciante e sei o quanto é importante esse retorno. Não podemos ficar parados", comentou João Faro.

Feira dos produtores

Na Feira dos Produtores, realizada também aos domingos em frente ao Museu Histórico, no centro da cidade, o movimento foi menor. Das 70 bancas, menos da metade foi montada nesta manhã. "Como o anúncio foi em cima da hora, não foi possível fazer um planejamento. Com os dias parados, cerca de 50% dos produtores perderam toda a lavoura e, portanto, muitos deixaram de plantar essa semana. Nosso esquema de trabalho é diferente das feiras livres", explicou Sergio Fumihiko Adaniya, presidente da Feira de Produtores de Londrina.

Mesmo com um fluxo menor de clientes, Adaniya fez questão de dizer que os comerciantes que foram trabalhar hoje estavam bastante contentes em poder vender. "Acredito que no próximo domingo vai melhorar bem o movimento porque todos vão conseguir se programar", completou.

Feira do Cincão

De acordo com o presidente da CMTU, a "Feira do Cincão", que acontece na avenida Saul Elkind, na zona norte, não foi realizada neste domingo porque é preciso de um maior tempo para uma organização de acordo com as novas diretrizes. A expectativa é que ela seja retomada no próximo domingo, dia 03 de maio. A "Feira do Cincão" é a maior da cidade, com a participação de muitos feirantes e milhares de frequentadores.

Serviço: A União dos Feirantes pede a ajuda da comunidade com doações de máscaras e álcool gel. Mais informações pelo telefone: (43) 99941-1629.