Um grupo de 54 famílias ocuparam um terreno no Jardim Califórnia, próximo às obras do Arco Leste, na manhã desta segunda-feira (28). Os manifestantes chegaram ainda pela manhã e começaram a levantar barracos. Por volta das 12h, a Prefeitura de Londrina tentava convencê-los a sair do local, mas houve bate-boca e barreira para evitar ação de escavadeira da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). Segundo Marcos Luiz dos Santos, porta-voz dos ocupantes, a ação seria uma demonstração de insatisfação a seguida promessas do Executivo municipal, por meio da Companhia de Habitação (Cohab), de assentamento de famílias em casas populares. "Nós entramos aqui porque o terreno é da Cohab, mas eles dizem que é da prefeitura. E a Cohab não é a prefeitura?", questiona.
Casas foram erguidas desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (28)
Casas foram erguidas desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (28) | Foto: Anderson Coelho/Grupo Folha



De acordo com os ocupantes, desde o mandato do ex-prefeito Alexandre Kireeff (Podemos) que eles esperam por uma casa. As famílias pedem que a prefeitura ceda o terreno para a construção de moradias no esquema de mutirão. "Nós não queremos nada de graça. Vamos pagar, mas em prestações populares", diz Robson, um dos manifestantes que não deu o sobrenome.

A ação dos ocupantes foi acompanhada desde a manhã pela Guarda Civil Municipal, responsável pelos cuidados com o patrimônio público. Por volta das 11h, com a chegada do secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, e do secretário de Defesa Civil, Evaristo Kuceki, os ânimos começaram a se exaltar.

Guarda Municipal acompanhou movimentação, mas não precisou intervir
Guarda Municipal acompanhou movimentação, mas não precisou intervir | Foto: Anderson Coelho/Grupo Folha



Falando alto e apontando para Kuceki, os manifestantes pediam a presença do presidente da Cohab, Marcelo Cortez, ou do prefeito Marcelo Belinati (PP). Enquanto batiam boca com Kuceki, a GCM se preparava com cassetetes e escudos.

Segundo Cavazotti, não seria possível permitir que os ocupantes permanecessem na área porque, além de o terreno pertencer ao poder público municipal, a área é de aterro e ofereceria diversos riscos a possíveis moradias. "É uma área que a prefeitura não poderia intervir com infraestrutura. O ideal é que eles deixem o local e sigam os trâmites normais para casas populares", afirma.

Pra Kuceki, a ação dos ocupantes é uma forma de protesto contra a falta de moradias. "Eles querem se fazer serem ouvidos", diz. De acordo com ele, as famílias aceitaram deixar o local com a condição de terem uma audiência com Belinati.