Familiares de presos na Cadeia Pública de Andirá (Norte Pioneiro) denunciaram à FOLHA que alguns internos estão com sintomas de Covid-19. Uma das esposas diz que está preocupada com a assistência aos presos e pede para que os suspeitos sejam examinados.

O diretor interino da Cadeira Pública de Andirá, José Carlos do Nascimento, afirmou que três detentos estão com sintomas da doença e estão em cela isolada. “São três presos com sintomas e já solicitamos ontem de manhã a presença de uma equipe de saúde do município para fazer os exames e isso deve acontecer entre hoje e amanhã”, disse.

Nascimento afirma que nenhuma denúncia foi feita por familiares dos internos e que até o momento, nenhum caso do novo coronavírus foi confirmado na unidade. As visitas, segundo ele, estão suspensas desde março de 2020.

Uma outra reclamação feita à reportagem é de que após a rebelião que ocorreu na unidade no dia 04 de janeiro, os presos estariam tomando banhos gelados e dormindo em pedra, sem colchões. A direção da cadeia negou as acusações.

“Todos têm colchão. Depois da rebelião os colchões foram substituídos para todos os detentos, inclusive as cobertas e lençol. Em relação ao banho, as duchas são de água quente. As que não estão com água quente são aquelas que eles mesmos retiram as peças para fazer as ‘brincadeiras’ deles”, comentou Nascimento.

Atualmente, a cadeia de Andirá tem 99 presos, sendo que a capacidade da unidade é abrigar até 36 detentos. A superlotação teria motivado o motim na madrugada do dia 04 de janeiro, quando dois presos foram baleados.

O MPPR (Ministério Público do Paraná) informou que está sendo feito um acompanhamento junto aos órgãos de segurança e de saúde sobre a situação, e que está previsto um mutirão para coleta de swabs de todos os detentos da Cadeia Publica de Andirá, com a meta de testar 30 detentos por dia e, concomitantemente, prestar atendimento médico aqueles que relatarem eventuais sintomas.

A FOLHA tentou repercutir o caso com a coordenadoria regional do Depen (Departamento Penitenciário) do Paraná, mas até o momento não houve retorno.

(matéria atualizada em 27/01 às 13h22)