Falta de estrutura impede a investigação e apreensões
PUBLICAÇÃO
sábado, 25 de março de 2000
Delegado reclama da falta de sintonia entre a Polícia Civil e a Federal
Apesar das principais rotas do tráfico de drogas no Paraná terem sido delineadas, as polícias Civil e Militar têm dificuldades de prender em flagrante os grandes traficantes e distribuidores de entorpecentes. As dificuldades começariam pela falta de estrutura. Nós não temos a prática de fazermos investimentos na área de segurança no Paraná, reclama o delegado Adauto de Oliveira, titular Fera. Cães farejadores, equipamentos modernos para detectar entorpecentes e material humano são algumas das deficiências do Estado.
Um Estado que é fronteira com o Paraguai e rota do tráfico de drogas precisa ter barreiras policiais e equipamentos modernos. Não temos cães farejadores, apenas filhotes que ainda não estão preparados para a função. Desafio você a encontrar um equipamento na polícia para identificar entorpecentes, diz. As necessidades de equipamentos do Grupo Fera têm sido comunicadas para o Departamento de Polícia Civil que, até então, não havia dado qualquer tipo de resposta. Durante esta semana, um novo pedido deverá ser despachado para a Secretaria de Estado da Administração.
Oliveira reclama ainda da falta de sintonia entre a Polícia Civil e a Polícia Federal. Tínhamos que ter mais sintonia entre estes organismos de segurança. Atualmente não existe troca de informações, afirma ele, lembrando que em 98 chegou a enviar uma proposta de cooperação entre as polícias para Brasília. A Polícia Federal é a responsável pela segurança na área de fronteira. Por esta razão, o Grupo Fera deverá encaminhar um expediente para a instituição para pedir auxílio em alguns casos que já foram investigados. Temos pessoas que precisamos prender, mas a Polícia Federal teria mais facilidade em fazer isto, porque está na região de fronteira, declara.
O delegado Alcimar Garret, titular da Antitóxicos, confirma que atualmente a polícia tem dificuldades de fazer um trabalho de rastreamento interno e acompanhamento das denúncias por falta de estrutura. É normal pegarmos pequenas quantidades de drogas, mas a questão dos traficantes é muito mais séria. Estamos falando de crime organizado. Eles agem cautelosamente e poucas denúncias chegam até nós, justifica. (L.P.)