Imagem ilustrativa da imagem Ex-presidente da Acil, José Augusto Rapcham morre vítima da Covid-19

O engenheiro mecânico industrial, empresário e ex-presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) José Augusto Rapcham morreu na noite de quarta-feira (23). Ele tinha 60 anos de idade e não resistiu às complicações decorrentes da infecção pelo novo coronavírus.

Dono da Indrel Scientific, indústria de refrigeração em Londrina fundada há mais de 50 anos pelo pai, Alberto Rapcham, presidiu a Acil entre os anos de 2004 e 2006, atuando como diretor em quatro gestões anteriores. Atualmente, integrava o Conselho Deliberativo da entidade.

O empresário Nivaldo Benvenho, também ex-presidente da Acil, lembrou de Rapcham como uma pessoa “maravilhosa e sempre preocupada com o desenvolvimento sustentável”. “Ele não era preocupado somente com o sucesso da empresa dele, em ganhar dinheiro, mas pensava em como ficar bom para todo mundo. Como pai, era muito amoroso”, recordou.

Em sua atuação na indústria, acrescentou Benvenho, as características mais marcantes de Rapcham foram o arrojo, a capacidade de antever o futuro e de se reinventar. “Na época em que produzia ar-condicionado, ele viu que a fabricação desses aparelhos estava com problema e anteviu que em alguns anos teria de enfrentar a forte concorrência chinesa. Ele virou a chave de uma empresa, uma capacidade que não é para qualquer pessoa, e mudou para uma empresa com maior valor agregado. Era um líder e líderes não nascem todos os dias.”

Dentro da Acil, Rapcham seguiu os passos do pai, Alberto Rapcham, que também comandou a entidade entre os anos de 1988 e 1990. Em nota de pesar, a associação lamentou a morte e lembrou que o ex-presidente “trabalhou imensamente pela coletividade, sempre buscando o melhor para os associados e para a classe empresarial como um todo. Foi um grande incentivador dos projetos que ajudaram a construir a Londrina de hoje”, ressaltou a nota divulgada pela associação.

A presidente da Acil, Marcia Manfrin, relembrou a intensa atuação de Rapcham tanto na iniciativa privada quanto no associativismo e de seu envolvimento em questões coletivas. “O Augusto Rapcham foi uma pessoa sempre engajada dentro dos propósitos do associativismo. Todos nós sentimos muito essa perda e isso, certamente, é um ponto de reflexão para toda a sociedade no sentido de trabalharmos impulsionando o setor público para que tenhamos o processo de imunização colocado em prática para vencermos a pandemia”, destacou.

AUTOMOBILISMO

Fora do meio empresarial, Rapcham também conquistou muitos amigos no automobilismo, uma de suas paixões. Foi presidente do Automóvel Clube de Londrina e até meados dos anos 2000 competia em provas locais e nacionais, entre elas, a 500 milhas de Londrina, na qual saiu vitorioso por duas vezes. Foi o esporte que o aproximou de Aloysio Moreira, um dos organizadores da 500 milhas, que falou com pesar sobre a morte do companheiro de pista. “A gente correu em algumas categorias juntos. Me apoiou quando eu corri na Fiat, entre 1997 e 2001, me dava uma mão, uma parte do patrocínio”, contou.

Muito além do auxílio financeiro, no entanto, para Moreira a principal marca de Rapcham era a alegria. Em duas ocasiões, chegaram a viajar juntos pelo País para disputar o Campeonato Brasileiro de Endurance, com provas de longa duração. “A gente andou o Brasil todo. Viajamos juntos, convivíamos. A morte dele é muito triste. Era uma pessoa extremamente alegre, companheiro.”

Rapcham deixou esposa e filhos. O corpo do empresário foi velado na capela 1 do Parque das Allamandas e, na sequência, seguiu para o Crematório Allamandas.

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