Inaugurada há quase três semanas, a trincheira no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, na área central de Londrina, segue dando dor de cabeça, no caso, para os funcionários que atuaram na obra. Um grupo de trabalhadores foi nesta terça-feira (16) até o canteiro onde ficam as máquinas, que ainda não foi desmobilizado, para cobrar o pagamento da rescisão de vínculo empregatício.

Segundo os operários, são quase 30 pessoas que estão na mesma situação, sem receber os proporcionais da rescisão, a multa de 40% sobre o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e quatro meses de fundo de garantia que estariam em atraso. “Nosso aviso terminou dia três de julho. No dia 13 era para quitarem nossa rescisão, mas como foi sábado, demos um ‘desconto’ para fazerem na segunda-feira (15), porém, isso não aconteceu”, relatou o carpinteiro Junielson de Souza Borges, que trabalhou por um ano local.

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Os funcionários disseram que a TCE Engenharia, que tem sede em Curitiba, prometeu honrar os débitos, no entanto, eles não estão confiantes em relação ao prazo. “O rapaz do RH (Recursos Humanos) falou que estão tentando recolher dinheiro de outras empresas deles para fazer o nosso pagamento. Mas quem garante para nós que vamos receber o dinheiro?”, questionou.

Alguns operários são de fora do Paraná e estariam encontrando dificuldades para se manter. “Tem gente que mora em Ourinhos, em São Paulo, que está gastando com passagem de ônibus para vir receber e nada”, pontuou.

ROTINA

Apesar da trincheira ter sido entregue no final de junho, falta a revitalização do espaço onde era uma praça, que foi usado como canteiro de obras ao longo dos três anos e cinco meses de intervenções. “Enquanto não acertarem o que nos devem, vamos vir para cá e não deixarem terminar, não vamos liberar (os portões)”, alertou um outro ex-funcionário. A reportagem tentou contato com os representantes da empresa, porém, não conseguiu.

Paralisações e protestos foram uma rotina no decorrer dos trabalhos, principalmente, com cobranças sobre o pagamento de salários, FGTS em atraso e vale-alimentação. Foram aproximadamente 30 dias com os operários de braços cruzados somando todos os casos desde janeiro de 2021, quando a obra foi iniciada. A liberação da trincheira aconteceu com um ano e meio de atraso e a estrutura custou R$ 33,5 milhões.