Evento beneficente realiza tarde de pesca para alunos com síndrome de Down
Este foi o primeiro contato de muitos alunos com a pescaria e empolgou a todos
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 19 de abril de 2024
Este foi o primeiro contato de muitos alunos com a pescaria e empolgou a todos
Mayara Tavares
Uma tarde de sol, envolvida pela natureza e com boas companhias. Este foi o cenário do evento solidário e beneficente promovido pela agência História de Pescador que uniu, nesta sexta-feira (19), cerca de 40 alunos, além de professores, da escola Novo Caminhar APS Down de Londrina.
A proposta do evento surgiu de uma 'lembrança' de redes sociais da primeira edição realizada, pela empresa, há uma década. “A gente conseguiu uma parceria legal com a APS Down, são jovens que têm muita bondade no coração, que gostam muito de se divertir. Então a gente achou que combinaria legal. Nós fizemos o evento há 10 anos atrás, passou todos esses anos e a gente teve a lembrança agora pelas redes sociais e, através desta lembrança, resolvemos fazer uma segunda edição”, explica João Medeiros, dono da agência História de Pescador.
O evento se concretizou como uma tarde na natureza, incentivando a interação social dos alunos e uma oportunidade para muitos experimentarem a pescaria pela primeira vez. A proposta de que estes alunos possam realizar atividades práticas diferentes é inclusive um dos objetivos da escola Novo Caminhar APS Down, que, há 30 anos, os ensina alfabetização mas tem como foco principal prepará-los para o cotidiano. “A socialização que os alunos têm fora da sala de aula é um complemento do conteúdo estudado em sala, como a questão do meio ambiente, dos seres vivos e o mais importante que é a questão de estarmos todos juntos aqui interagindo socialmente fora da sala de aula”, comenta a coordenadora da escola, Cleide Lucia Neves.
O condomínio Ecovillas do Lago, em Sertanópolis, foi o local escolhido para reavivar essa bela lembrança e criar novas memórias no coração de todos os presentes. O passeio teve apoio de diversas empresas e colaboradores desde o transporte, fornecido pela empresa de transporte Viação Garcia, até o bolo e a pipoca do café da tarde que, inclusive, foi a parte predileta de muitos dos ali presentes. A interação foi outra parte favorita dos alunos, que puderam passar a tarde entre os colegas ou até mesmo namorados, como é o caso do casal Camila Gabriele Franzoni e Jheyson Matheus da Silva, que se conheceram na escola e pescaram juntos pela primeira vez.
Na atmosfera local, havia muita empolgação, principalmente quando alguém pegava um peixe. E o sol brilhante desta sexta-feira iluminava a tarde e o olhar dos de cada um dos alunos, quando pegavam um peixe, além de que cada um tinha uma reação de apoio e ânimo para que todos seus colegas conseguissem o feito.
Esta é uma característica que os professores da escola percebem inclusive quando os alunos estão dentro da sala de aula. Para algumas pessoas, pode parecer simplesmente uma instituição que atende só a indivíduos com síndrome de down, mas para os docentes da escola, cada um desses alunos têm algo especial em suas formas de ser. “Eles são muito amorosos, carinhosos, eles deixam o nosso dia alegre. Eles sabem o dia que você está triste, o dia que você está alegre, eles te deixam para cima todos os dias. Para eles, todos os dias a gente é linda; nós podemos estar na maior tristeza no dia, mas eles deixam o nosso dia uma alegria só”, conta a professora Renata Marques, que trabalha há seis anos na instituição.
Após ser pescado, o peixe era devolvido vivo para a água. Ainda assim, a empolgação não cedia, e cada um deles pescou mais de uma vez, rompendo com preconceitos e mostrando que pessoas com síndrome de down podem fazer qualquer atividade que quiserem.
A escola Novo Caminhar APS Down de Londrina é uma instituição filantrópica, tem apoio governamental para pagamento de folha salarial, mas necessita de doações para manter a estrutura e ajudar os jovens que ali estudam. Para realizar uma doação é necessário acessar o site apsdown.com.br e clicar na seção “Como Ajudar”.
*supervisão de Patrícia Maria Alves/ editora