"Gostaria que, em 2030, o Brasil atingisse todos os objetivos sustentáveis da ONU", relata Otávio Zuccoli Zanardi
"Gostaria que, em 2030, o Brasil atingisse todos os objetivos sustentáveis da ONU", relata Otávio Zuccoli Zanardi | Foto: Saulo Ohara



A Assembleia da Juventude da Organização das Nações Unidas terá a participação de um estudante londrinense. Otávio Zuccoli Zanardi, 18, foi selecionando entre jovens de todo o mundo para acompanhar o evento que reúne moças e rapazes entre 16 e 24 anos para discutir temáticas sociais e ambientais focadas nos 17 Objetivos Sustentáveis da ONU. Entre os dias 10 e 13 de agosto, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, Zanardi vai representar o Brasil chamando a atenção para as consequências da desigualdade social e as possibilidades de reduzi-la. "Na entrevista, destaquei o objetivo sustentável que trata do fim da desigualdade por acreditar que é um grande problema do Brasil", contou.

Estudante do primeiro ano de direito na UEL (Universidade Estadual de Londrina), ele participou de duas etapas de seleção para a Assembleia. Na primeira, mandou um vídeo respondendo sobre o Brasil que gostaria de ter em 2030 e o que tem feito para que o desejo se torne realidade. "Gostaria que, em 2030, o Brasil atingisse todos os objetivos sustentáveis da ONU e relatei minhas experiências de trabalho voluntário em Londrina quando fazia parte do Interact (organização de adolescentes e jovens ligadas ao Rotary). Também contei da minha participação no coletivo de estudantes negros de direito 'Esperança Garcia', que discute o racismo na UEL", disse.

No coletivo, eles debatem temas relacionados ao racismo e também recebem denúncias de preconceito racial na universidade. "O objetivo é mostrar à comunidade universitária que o racismo está próximo de todos", afirmou o estudante, que já foi vítima do chamado racismo institucional quando, no prédio onde vive com os pais, foi questionado por um morador por não estar usando o elevador de serviço. "Disse que também era morador e ele respondeu ter pensado que eu estava fazendo serviço de pintura em algum apartamento", lamentou.

A segunda fase da seleção era uma entrevista por e-mail que precisava ser respondida em inglês. No texto, ele enfatizou que defendia a redução das desigualdades. "Não esperava ser selecionado, pois havia candidatos mais velhos e experientes. Foi uma ótima surpresa, estou orgulhoso de representar o Brasil no evento", comemorou. Para Zanardi, ter sido transparente e honesto nas respostas, enfatizando que é dedicado às causas que defende e dá o seu melhor para ajudar os outros, pode ter feito diferença na seleção.

Ainda no primeiro ano da faculdade, o estudante faz estágio no escritório de advocacia dos irmãos mais velhos e já pensa em, no futuro, se dedicar à defesa dos direitos humanos. "Quero trabalhar em organizações como a ONU, que combatam o racismo, o preconceito e as desigualdades", planeja ele, que por enquanto se orgulha por todas as felicitações decorrentes da conquista da vaga na Assembleia.

AJUDA
Para conseguir recursos financeiros para a viagem, Zanardi busca, através da internet, levantar os recursos para pagar a passagem e a inscrição no evento que custa US$ 200 (pouco menos de R$ 400). No total, ele pretende levantar R$ 4 mil, principalmente para custear os bilhetes de ida e volta.
Para colaborar, basta entrar no link da "vakinha virtual":
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/otavio-na-onu?utm_campaign=new_contribution&utm_content=314344&utm_medium=email&utm_source=VkTransacional