Estado reforça segurança em Londrina e realiza operação
Reportagem apurou que mais de cem policiais vieram de outras cidades; comandante da PM afirma que Operação Integrada não tem data para terminar
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
Reportagem apurou que mais de cem policiais vieram de outras cidades; comandante da PM afirma que Operação Integrada não tem data para terminar
Matheus Camargo

A Operação Integrada, que visa reforçar a segurança na cidade após os protestos por conta das mortes de dois jovens baleados por policiais militares no último sábado (15), foi lançada na tarde desta terça-feira (18), no Calçadão de Londrina. O comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, Coronel Jefferson Silva, afirmou que a operação não tem data para terminar. “Teremos saturações, bloqueios, operações de trânsito com o intuito de garantir a segurança e a tranquilidade do cidadão de Londrina”, garantiu.
“Tivemos diversas reuniões onde alinhamos as ações. Estaremos com várias viaturas da Polícia Militar, da Polícia Civil, em ação conjunta para mostrar a força do Estado aqui em Londrina. É uma resposta na prática", afirmou o comandante da PM. "Foram manifestações legítimas, mas infelizmente algumas pessoas aproveitaram desse momento e promoveram a desordem. As forças de segurança estarão atuando para conter qualquer tipo de ação que vá denegrir a imagem de Londrina. Trouxemos todas as forças táticas que temos em Curitiba, seja Rone, a Choque, (equipes) de Maringá, que está perto (de Londrina), todos os batalhões da região também estão ajudando nessa operação”, acrescentou o comandante.
A FOLHA apurou que mais de cem policiais se deslocaram de outras cidades para Londrina visando reforçar a segurança na cidade. “O objetivo das forças de segurança é garantir o retorno da paz. As manifestações são legítimas, mas detectamos excessos, seja contra o patrimônio público ou contra as pessoas", reforçou Fernando Amarantino Ribeiro, delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, também presente no lançamento da Operação Integrada.

INVESTIGAÇÕES
As investigações sobre a morte dos dois jovens mortos por policiais militares já foram iniciadas, assim como para identificar os autores dos atos de violência nos protestos que tomaram a cidade na última segunda-feira (17).
"Temos dois inquéritos em andamento. O primeiro foi instaurado já no domingo, quando houve o confronto e a morte dos jovens. O segundo foi instaurado especificamente para analisar o excesso das manifestações, que se deram de forma ordeira no começo, mas houve quebra-quebra, fogo em ônibus, profissionais de imprensa feridos e bombeiros feridos. O objetivo é identificar quem cometeu esses crimes", apontou o delegado.
Ainda segundo ele, os excessos nas manifestações da última segunda-feira (17) não têm relação com o crime organizado e não foram orquestradas. Mesmo assim, Amarantino Ribeiro citou possíveis “infiltrados” nos protestos.
“Temos uma vasta análise e pudemos concluir, neste momento, que não foi orquestrado por uma organização criminosa. O que ocorreu foi um confronto com a Polícia Militar. Então familiares e amigos daquelas pessoas (que morreram) se rebelaram, começou uma manifestação organizada, e aí extrapolou. Pessoas se infiltraram naquele meio buscando uma ação ilegal, que seria quebrar as coisas. Todas as forças de segurança, os setores de inteligência, monitoram para saber se houve a presença do crime organizado. Obviamente vamos tratar isso da melhor forma possível”, afirmou.

