Espaço Vida muda para ampliar atendimento
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2005
Luciano Augusto<br> Reportagem Local
A Secretaria Municipal de Saúde de Londrina está promovendo mudanças na forma de atuação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para se adaptar à política nacional e passar a receber recursos federais. As mais significativas deverão acontecer no Espaço Vida, única entidade do município que assiste crianças e adolescentes usuários de drogas, que será transferido da Zona Leste para a Área Central e buscará ampliar o atendimento atuando também nos bairros.
A gerente de saúde mental Miriam Senghi Soares explicou que as mudanças também atingirão os outros dois Caps um que presta atendimento infantil e outro 24 horas. Miriam destacou que o que se pretende é alinhar o trabalho à política nacional para conseguir o credenciamento da entidade junto ao Ministério da Saúde. Com o aporte de recursos do governo federal o Espaço Vida deverá ampliar o atendimento, atualmente restrito à apenas 10 crianças e adolescentes e alguns adultos. Hoje, o gasto mensal de cerca de R$ 15 mil é bancado exclusivamente pelo Município.
Um dos principais problemas identificados no Espaço Vida, conforme a gerente, é sua localização. A distância do centro até a chácara no Conjunto Eucaliptos (Zona Leste) dificulta o acesso e a continuidade do tratamento. Atualmente, como a carteira de vales-transportes ainda não foi liberada para os adolescentes atendidos, eles não estão conseguindo frequentar o Espaço todos os dias. A Secretaria Municipal de Saúde está tentando viabilizar um imóvel na área central e a expectativa é que a transferência ocorra até o final de fevereiro.
Resolvido isso, um outro problema deverá ser solucionado: a convivência entre crianças e adultos em um mesmo espaço. No ano passado, a prefeitura retirou 28 moradores de rua de um mocó localizado no Ginásio Moringão e os alojou no Espaço Vida, onde ainda estão oito adultos. Com a reestruturação, esse pessoal deverá seguir para outro imóvel.
Além da mudança física, o Espaço Vida passará ainda por uma reorganização em sua forma de atuação. Se hoje o atendimento está restrito à chácara onde funciona o serviço, ele deverá abranger também a comunidade onde as crianças e adolescentes residem. ''Temos a intenção de atender menos num único lugar e mais na área de moradia deles, atuando junto com a Secretaria Municipal de Ação Social'', esclareceu Miriam. A gerente observou ainda que haverá investimentos também em ações preventivas que busquem a ajuda e envolvimento da comunidade.
Os adolescentes atendidos receberam bem as mudanças. Um deles, que mora na Zona Oeste e está há um ano e dois meses no projeto, disse que a transferência para o Centro vai ser boa porque ele poderá frequentar o Espaço todos os dias, o que hoje não está conseguindo fazer. ''Gosto muito daqui, principalmente das oficinas'', elogiou.