Quadros e paredes foram pichados e pintados criminosamente
Quadros e paredes foram pichados e pintados criminosamente | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Pouco a pouco, os livros danificados e que acabaram perdendo a utilidade foram sendo descartados em um caminhão disponibilizado pela prefeitura. A biblioteca, lugar precioso dentro de uma escola, ficou toda revirada, com prateleiras tombadas e tinta jogada por toda parte, inclusive, sobre os livros. Todo esse rastro de destruição foi deixado na escola municipal São Fernando, localizada no bairro que leva o mesmo nome da instituição, em Rolândia (Região Metropolitana de Londrina).

Nesta semana, duas unidades educacionais do município foram invadidas. Na São Fernando, os responsáveis não levaram nada, entretanto, deixaram um prejuízo tão grande quanto um furto. Vândalos tiveram acesso ao pavilhão da educação infantil e bagunçaram salas, quebraram equipamentos, como ar-condicionado, ventiladores e computadores, além de lâmpadas, e picharam quadros e paredes.

“Um funcionário de licença passou em frente à escola e viu brinquedos espalhados pelo pátio. Ele me ligou e pediu para verificar. Quando entrei estava tudo revirado no prédio de baixo. Nunca vi isso na minha vida. Gera indignação, tristeza, decepção. Muito do que fazemos dentro da escola é com recursos próprios. Também temos verba municipal, federal. Dinheiro público jogado fora", lamentou a diretora da instituição, Rita de Cássia Lucio Barbieri.

Servidores que estavam de férias foram chamados para ajudar a organizar o espaço. O serviço, nesta quinta-feira (21), contou com o apoio de trabalhadores da prefeitura. Pelo menos dois caminhões foram cheios com objetos estragados, que se tornaram entulho. No meio do que foi dizimado a lixo, brinquedos dos alunos e diversos materiais pedagógicos. “Nunca havíamos tido um problema deste tipo antes. A comunidade respeita, tem cuidado”, destacou.

Os invasores ainda tentaram, mas não conseguiram, arrombar a porta que dá acesso à área onde ficam secretaria, diretoria, cozinha e mais algumas salas de aula. “Por sorte não entraram na sala de informática, que tem segurança reforçada”, relatou. A instituição atende 580 estudantes da educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental.

Biblioteca foi toda revirada
Biblioteca foi toda revirada | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

FURTO

Na escola municipal Sebastião Feltrin, na Vila Oliveira, menos de três quilômetros de distância, criminosos violaram quatro portas e subtraíram computadores, impressoras, ventiladores, aparelhos de ar-condicionado e toda a fiação elétrica da estrutura. Se não bastasse, a unidade foi alvo de vandalismo com sujeira e baderna. No refeitório, por exemplo, panelas e outros utensílios de cozinho foram remexidos.

De acordo com a secretária municipal de Educação, Leise Camargo, as duas instituições contam com alarme, entretanto, a empresa contratada pelo município para o monitoramento não acionou ou comunicou os órgãos responsáveis, incluindo a pasta. “Estamos acionando a empresa para saber a razão de não terem nos informado. Queremos saber o que houve, já que o alarme disparou”, afirmou.

Na São Fernando existem câmeras de segurança, porém, foram quebradas na ação de depredação. “A recuperação na Sebastião Feltrin será complicada. A pessoa que faz a parte elétrica da prefeitura está afastada por questão de saúde. Pedimos para que a empresa mantenha a segurança reforçada do prédio”, explicou. “A escola está ali para atender a comunidade. Até o filho ou algum parente de quem fez isso precisa da instituição”, apontou Camargo.