Escolas não aproveitam computadores
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quinta-feira, 17 de maio de 2001
Denise Angelo De Ponta Grossa
Quando as escolas estaduais começaram a receber computadores para estruturar um laboratório de informática e introduzir a computação na educação básica, muitos professores imaginaram que estariam ganhando mais um instrumento para o ensino. Na maioria das escolas, no entanto, foi um engano.
Das 20 escolas estaduais que oferecem ensino médio em Ponta Grossa e possuem laboratórios, apenas duas estão podendo aproveitá-los porque contam com os Amigos da Escola. Nas demais, os computadores estão trancados em salas que foram utilizadas pouquíssimas vezes porque as escolas não contam com um coordenador de laboratório. A denúncia está sendo feita pelo presidente da APP-Sindicato de Ponta Grossa, Sebastião Rocco.
O professor que trabalha 40 horas não tem tempo de preparar o laboratório para suas aulas, alega Rocco. Além disso, ele diz que o professor que se arrisca a entrar num laboratório que conta com 11 computadores, levando uma turma de 40 alunos, não consegue fazer muita coisa sem um professor que o auxilie. Ele fica totalmente perdido, até porque não tem todo o preparo que foi prometido, considera.
Segundo Rocco, quando o Programa de Expansão, Melhoria e Inovação do Ensino Médio e Técnico (Proem) foi implantado houve promessa de cursos de aperfeiçoamento para os professores, mas na prática eles não aconteceram. Quando fomos para Faxinal do Céu, há três anos, falaram muito em nos capacitar para que pudéssemos usar o computador como uma ferramenta de trabalho, mas ficou só na conversa, critica o professor.
Situação parecida se repete com os laboratórios de química, física e biologia. Muitos alunos ainda não entraram nos laboratórios esse ano porque não há ninguém que prepare o ambiente. No ano passado, havia professores com horas aula exclusivas de laboratório. Mas esse ano eles tiveram que preencher a carga horária em sala de aula.
Também faltam materiais para serem utilizados nos laboratórios. A última remessa que recebemos foi em 1998, quando o laboratório foi inaugurado, conta a diretora do Colégio Estadual Santa Maria, Marlei Muller. Lá, os computadores instalados em 1999 também não tem muita utilidade. Nem mesmo os professores têm preparo para ensinar os alunos, revela.