A rede municipal de educação de Londrina entra em uma nova etapa nesta quinta-feira (3), com o retorno 100% presencial obrigatório para os 46 mil alunos matriculados. Somente os estudantes que possuem comorbidades ou restrições médicas poderão seguir no ensino remoto.

O ano letivo começou no dia 7 de fevereiro e até o dia 28 o retorno presencial se manteve opcional. Neste período, as crianças realizaram atividades e tarefas retiradas pelas famílias nas escolas. Com o retorno, os professores corrigirão as atividades dos alunos que haviam permanecido em suas residências, e atribuirão créditos de presença aos que as completaram corretamente. Já os estudantes que não fizeram as tarefas terão que repor esse conteúdo, conforme definido por cada unidade.

De acordo com a secretaria municipal de Educação, quase que a totalidade (98%) das famílias já aderiram ao ensino presencial. A secretária da pasta, Maria Tereza Paschoal de Moraes, acompanhou nesta manhã o retorno na Escola Municipal Anita Garibaldi, na região central.

Ela afirma que a escola recebeu os alunos de forma bastante tranquila e comentou que a paralisação do transporte coletivo, a princípio, não impactou a rede escolar. “A maioria dos nossos alunos não depende dos ônibus porque mora próximos às escolas. Isso se deve ao sistema de georreferenciamento da nossa rede no ato da matrícula”, diz.

Os alunos que precisam ser transportados diariamente, segundo Moraes, são cerca de seis mil crianças que vivem na zona rural, frequentam as escolas do Estado e do município e utilizam o transporte escolar, não o público.

Na Escola Municipal Anita Garibaldi, a diretora Artemis Torres Nascimento comenta que nesta manhã, 40 alunos não foram à escola. “O que a gente considera normal no pós-feriado. Desde o início do ano letivo estamos recebendo quase que 100% dos nossos 240 alunos. As faltas têm sido somente quando o aluno apresenta sintomas ou porque alguém da família testou positivo para Covid-19", conta. A diretora também destacou que não houve faltas de alunos nem professores e servidores nesta quinta-feira, por conta da greve dos motoristas de ônibus.

Ainda de acordo com Moraes, no mês de fevereiro 2% das famílias optaram pelo modelo remoto, percentual que deve se manter nas próximas semanas. “Esse número representa parte dos alunos com comorbidades e deficiências, mas a gente percebe que muitos pais estão entendendo que é melhor eles irem para a escola do que ficar em casa, pois no período em que as escolas estiveram fechadas, as crianças tiveram um retrocesso na fase de desenvolvimento”, salienta.

RECOMPOSIÇÃO DE APRENDIZAGEM

Neste mês, a secretaria dará início a um programa de recomposição de aprendizagem, com base nas avaliações dos professores responsáveis por cada turma. A ideia é atender, especialmente, crianças do 3°, 4° e 5° ano.

“No 5° ano, por exemplo, os alunos já devem escrever um texto completo, com todas as pontuações, mas nem todos estão conseguindo. Não foi fácil o que gente viveu com a pandemia e sabendo disso, dessa dificuldade de aprendizagem em parte dos alunos, estamos montando estratégias desde setembro do ano passado”, diz.

O modelo de recomposição é inspirado no trabalho da ONG Vozes da Educação, com quem a secretaria tem se articulado nos últimos meses. “Uma vez por mês, os alunos serão reenturmados de acordo com o nível de aprendizagem. Durante uma semana, eles terão aulas com o professor que desenvolveu estratégias para trabalhar determinado conteúdo, nas disciplinas de português e matemática”, explica.

Imagem ilustrativa da imagem Escolas municipais de Londrina retomam aulas 100% presenciais

SEGURANÇA

A secretária de Educação destacou que todas as normas de segurança e proteção, bem como os Planos de Biossegurança elaborados por cada unidade de ensino, estão sendo cumpridos rigorosamente. Na semana passada, as secretarias municipais de Saúde e Educação divulgaram dados sobre a incidência de Covid-19 na rede de ensino.

Em fevereiro, foram registrados 425 casos para uma população de 51 mil pessoas, entre alunos e professores. A taxa, que corresponde a 0,83% desse público, é um número que traz maior segurança às unidades escolares no retorno 100% presencial, aliado ao fato de que 20 mil crianças já receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus.

A secretaria de educação também afirmou que nenhuma das 180 unidades escolares, incluindo os CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) e CEIs (Centros de Educação Infantil) precisou ser fechada devido à incidência de casos positivos, e que somente oito turmas, dentre as 2.311 que integram a rede, foram suspensas em fevereiro.

“Os dados revelam que a contaminação é menor nas escolas. A escola é segura e as crianças usam máscaras, inclusive as que foram desenvolvidas pela UEL, para crianças de 2 a 5 anos e 6 a 11 anos, e distribuídas para cada aluno pela secretaria”, destaca.

Caso um aluno teste positivo ou apresente sintomas respiratórios, ficará afastado durante o período indicado pelo médico e fará as tarefas em casa, tendo atividades de reposição posteriormente. Moraes frisa ainda que as famílias devem sempre avisar aos professores caso a criança tenha algum sintoma. (Com N.Com)

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