Escola municipal do Cafezal realiza Mostra da Consciência Negra
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sexta-feira, 22 de novembro de 2019
Pedro Marconi - Grupo Folha
Um cartaz colocado na entrada da biblioteca da escola municipal Joaquim Vicente de Castro, no conjunto Cafezal, zona sul de Londrina, já avisa: “a diferença nos enrique e o respeito engrandece”. O material faz parte de uma série de atividades produzidas ao longo de todo o ano na instituição com a temática da diversidade e valorização da cultura afro-brasileira, que está sendo exposto nesta semana na Mostra Consciência Negra.
Todas as 35 turmas da escola, com aproximadamente 730 alunos do P5 ao 5º ano, estão integradas no projeto, que neste ano chegou à nona edição. Cada sala produziu um trabalho, que está aberto para visitação da comunidade até esta sexta-feira (22). Entre as criações artesanais estão telas com pinturas, bonecos, dobraduras, artes em geral, desenhos, releituras. Os exercícios remetem a livros, lendas e características da cultura afro e personalidade negras.
Segundo a gestora auxiliar da unidade, Claudia Ruzzante, o fato de as ações serem promovidas ao longo dos meses é benéfica e se soma à proposta da grade pedagógica do município, que cita a questão da diversidade, em todas suas formas. “Se trabalhamos apenas na data da Consciência Negra fazemos um recorte. Já durante o ano trazemos para a realidade deles, construímos a identidade, mostramos o respeito às diferenças no dia a dia”, elencou.
PERCUSSÃO E TURBANTE
Ao longo do ano letivo os estudantes ainda contaram com oficinas, como percussão e turbante, que também se transformaram em atividades. No pátio, completa a mostra vasos de plantas com referências a mulheres negras, indígenas e orientais, contendo plantas nativas de cada etnia. Assim como outros elementos da proposta, tudo foi feito com material reciclável. “Sempre com viés da sustentabilidade, reciclagem”, frisa. Posteriormente, os trabalhos vão para o portfólios das crianças.
O projeto tem trazido benefícios para a rotina da escola, que não conta com nenhum caso de bullying registrado na diretoria. “É pelo conjunto do que é realizado, pois, os professores recebem formação, estão capacitados. Tentamos trabalhar estes conteúdos mais a fundo”, explicou. “É algo contínuo, porque o que assistem na TV e até encontram em livros traz o negro em funções inferiores.”
CONHECIMENTO
Responsáveis pela confecção dos materiais sobre turbantes africanos, Maria Luiza Camargo, 9, e Bianca Soares, 10, conseguiram adquirir mais conhecimento sobre o objeto. “Para algumas pessoas são apenas para beleza, porém, para a africana é tradição, significa que são guerreiras. Gostamos de saber isso de forma mais profunda. Entendemos melhor sobre a importância dos negros para nossa história”, relatam.
Orgulhosas pelo que desenvolveram e pelas atividades dos colegas, Mellany Victoria Yamashita Sanhes, 10, e Mariah da Silva Correa, 10, contaram que a proposta foi desafiadora. “A professora nos deu recortes de africanas e reproduzimos com tinta no quadro e bem colorido, porque a cultura negra é assim, com muita cor e estampas. Adoramos fazer”, resumiram.