O pedreiro aposentado Manoel Batista da Luz, 67, ficou frustrado ao chegar nas escadas rolantes do Terminal Central de Londrina e encontrar o equipamento desativado. “Tenho um problema nas pernas e sempre que preciso do ônibus uso a escada rolante para pegar os coletivos que vão para a zona norte e ficam na parte debaixo. O jeito vai ser ir devagar descendo a escada normal”, comentou. Faz cerca de um mês que os passageiros estão enfrentando o mesmo problema que o idoso.

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Os dois lances de escada rolante para quem vai das plataformas de cima para as inferiores estão quebrados e, como consequência, a estrutura se tornou uma escada comum. Apenas o aparelho para quem sobe segue funcionando normalmente. O transtorno foi gerado após o sensor queimar. A empresa terceirizada que faz a manutenção alegou que a queda de um raio teria danificado a peça, no entanto, a Copel teria se eximido de culpa, confirmando apenas que houve uma queda de energia no dia da intercorrência.

Não foi informado o prazo para a substituição do sensor. “Para quem é de idade é difícil não ter a escada funcionando, porque é perigoso cair. O que mais incomoda é a demora para trocar algo tão importante”, reclamou a dona de casa Geralda Fernandes. Procurada pela reportagem, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) disse que “tem cobrado a empresa para que haja o restabelecimento do serviço o quanto antes aos usuários do Terminal Central". Diariamente, cerca de 35 mil pessoas passam pelo local.

ELEVADOR

A companhia paga aproximadamente R$ 3,5 mil por mês à empresa para fazer a manutenção das escadas rolantes e do elevador. O equipamento, inclusive, está com a utilização indisponível há pouco mais de um mês. Mas neste caso o motivo é a troca por conta das obras de reforma do terminal. Quem vai até o local onde ficava a estrutura encontra um aviso alertando sobre os serviços, porém, sem uma data para a recolocação. Os cadeirantes, por exemplo, precisam usar as rampas de acessibilidade entre um piso e outro.

Não foi divulgado quando o elevador será reinstalado para os usuários
Não foi divulgado quando o elevador será reinstalado para os usuários | Foto: Pedro Marconi

REFORMA

O terminal está em obras desde outubro de 2022. Entre as intervenções em execução estão a reforma de uma sala administrativa, onde é feita a isenção tarifária ao público, melhorias na impermeabilização e revisão hidráulica do prédio, revitalização de banheiros, troca de portas, corrimãos e janelas e pintura em geral. O custo é de R$ 2,3 milhões e o período para término vence em cinco maio.

A prefeitura deverá dar mais tempo à empreiteira e o período ainda está sendo calculado. "É um trabalho concomitante com o funcionamento do terminal. Então, tem serviço que precisou fazer de madrugada, esperar ônibus passar. Além disso, apareceram trabalhos extraordinários, principalmente na impermeabilização", explicou João Verçosa, secretário municipal de Obras e Pavimentação.

TERMINAIS DE BAIRRO

Atualmente, dois terminais de bairro estão sendo reconstruídos na cidade. No Ouro Verde (zona norte), a estrutura está em obras desde julho do ano passado e o prazo de 11 meses não deverá ser cumprindo. Faltando menos de dois meses para a data de conclusão, segundo o que está em contrato, foram executados 40,77% dos serviços previstos até o início de abril.

O município deverá liberar aditivo de prazo. Ainda não foi definido quantos meses a mais. "Tivemos dificuldades com pedras bola em todas as fundações, isso acabou gerando atraso. Houve adaptações no projeto, realocação de estacas, fundações maiores. Nas últimas semanas a empresa conseguiu recuperar o cronograma", afirmou.

O terminal – que atende 6.500 pessoas em 14 linhas – está sendo ampliado de 820,25 metros quadrados de área construída para mais de 3,8 mil metros quadrados. O investimento é de R$ 12,6 milhões.

Faltando menos de dois meses para conclusão do prazo da obra, apenas 40,77% dos serviços foram feitos no Ouro Verde
Faltando menos de dois meses para conclusão do prazo da obra, apenas 40,77% dos serviços foram feitos no Ouro Verde | Foto: Pedro Marconi

Na região sul, a construção do novo terminal do Acapulco também está a passos lentos. Oito meses depois da assinatura da ordem de serviço foram feitas somente 28,32% das intervenções. O prazo de entrega vence em nove de julho. Na semana passada, representantes do consórcio que venceu a licitação já alertaram a vereadores que fiscalizaram o local que precisarão da prorrogação do contrato. Faz parte da obra a duplicação de 450 metros da marginal da PR-445. O valor total é de R$ 16,6 milhões.

A secretaria de Obras calcula que serão necessários, no mínimo, mais dois meses. "Durante a execução da obra na marginal teve um atraso da Copel de 30 dias para remanejamento da rede de energia. Já a Sanepar vai ter que fazer um remanejamento na rede de galerias que vai gerar serviços extraordinários para a construtora. Uma obra (do terminal) depende da outra (da marginal) para ser liberada", ressaltou Verçosa.

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