A antiga Usina da Esperança que atendia a crianças e adolescentes envolvidos com drogas passará a ter gestão pública. A Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Municipal de Ação Social irão assumir o projeto, anteriormente mantido pela Associação Metodista de Assistência Social de Londrina (AMAS) em parceria com a prefeitura.
No prédio do Jardim Eucaliptos, na zona leste da cidade, onde funcionava o projeto Usina da Esperança, passará a existir a Comunidade Terapêutica também com o objetivo de atender a crianças e adolescentes envolvidos com drogas. Junto com o Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) e o Núcleo de Atendimento Psicossocial da Criança e do Adolescente (Naps-CA), a Comunidade Terapêutica fará parte da estrutura montada pelo município para o desenvolvimento de uma política pública de saúde mental.
Segundo o secretário de Sa© úde, Silvio Fernandes, o objetivo é atender a princípio uma média de 40 crianças e adolescentes envolvidos com drogas e que vivem em mocós ou perambulam pelas ruas no período em que não estão na escola. Atualmente, o único serviço público municipal que atende a estes casos é o Naps-CA.
O secretário de Saúde acredita que exista uma demanda reprimida de pelo menos 30 crianças e adolescentes. Estes, segundo ele, serão os primeiros a ser atendidos. O tratamento será multidisciplinar: terapia ocupacional, psicológico, psiquiátrico, assistência social, entre outros.
A gerente de Atendimento à Saúde Mental em Londrina, a psicóloga Lia Regina Figueira explica que a Comunidade irá funcionar das 8 às 17 horas com atendimento individualizado. ‘‘Existem vários graus de dependência de substâncias psicoativas’’, afirma.
‘‘Aquele extremamente dependente vai passar o dia todo em tratamento, a criança que está na escola e depois fica perambulando nas ruas e em contato com drogas será atendida no período em que está fora da sala de aula. Tem também aqueles que não precisam de atendimento diário’’, explica a psicóloga Lia Regina Figueira.
Na Comunidade Terapêutica estas crianças e adolescentes receberão um atendimento qualificado de acordo com a necessidade. Hoje o Naps-CA atende por mês 250 crianças e adolescentes com os mais diversos distúrbios psíquicos e emocionais, inclusive usuários de drogas. O objetivo é que os dependentes passem a ser atendidos no Naps-CA só quando já estiverem em fase de acompanhamento ambulatorial.
A Comunidade Terapêutica tem estrutura, segundo Silvio Fernandes, para atender até 100 pessoas. Este potencial será utilizado gradativamente. Por enquanto a secretaria de Saúde está selecionando profissionais para atuarem no projeto que deverá ser implantado em abril. Segundo a presidente da Amas, Suzete de Oliveira, os 17 adolescentes que estão matriculados na atual Usina da Esperança passarão a ser atendidos na Comunidade.
A secretaria de Saúde irá investir mensalmente R$ 20 mil e a Ação Social, R$ 6,5 mil. A Comunidade contará ainda com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).