Ensino superior deve saber hoje quanto vai perder
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 12 de novembro de 1998
O assessor pedagógico do Ministério da Educação e do Desporto (MEC) no Paraná, professor Carlos Alberto Rodrigues, espera receber, entre hoje e amanhã, o anúncio oficial do ministério detalhando os cortes que a área vai sofrer. Com isso, serão conhecidos os projetos que serão atingidos ou abandonados, no Estado. O corte orçamentário foi definido nesta semana pelo governo federal.
Revoltados, os estudantes prometem continuar pressionando os governos para garantir a melhoria e a gratuidade do ensino. De acordo com a União Paranaense dos Estudantes (UPE), que realizou um plebiscito na terça-feira, em Curitiba, 99% da população apóia a luta da entidade.
Ao todo, o MEC terá R$ 574 milhões a menos para investir na área no ano que vem, o que deverá prejudicar vários projetos em andamento. O governo já anunciou que as universidades deixarão de receber 57% dos recursos que teriam. A política de cortes de recursos da educação compromete o desenvolvimento de pesquisas em andamento e projetos nas áreas de ciência e tecnologia, comenta Joel Benin, presidente da UPE. Segundo ele, mais de 95% da produção científica no País é originária das universidades estaduais e federais.
Benin diz que, no Paraná, as instituições estaduais de ensino superior vão sofrer cortes na ordem de 84%. Para ele, isso inviabiliza um projeto de manutenção ou ampliação da gratuidade nas universidades e faculdades do Estado, além de comprometer a realização dos concursos vestibular nessas instituições.