Imagem ilustrativa da imagem Comerciantes da Gleba pedem Zona Azul
| Foto: Gustavo Carneiro


Empresários instalados na Gleba Palhano reivindicam o estacionamento rotativo Zona Azul no bairro para evitar que motoristas mantenham as vagas ocupadas o dia todo, prejudicando o fluxo de clientes que não têm onde parar os veículos. O pedido foi feito ao ConGP (Conselho de Condomínios Comerciais e Residenciais da Gleba Palhano) há cerca de 18 meses.

O presidente do ConGP, Marcus Ginez, confirma o pedido dos proprietários de estabelecimentos comerciais do bairro da zona sul de Londrina. "Como não se trata de um espaço de rotatividade, [os carros dos trabalhadores] acabam inviabilizando o acesso dos clientes que não têm onde parar. E também tem moradores que deixam seus carros na rua por dois ou três dias seguidos", conta.

Ainda de acordo com ele, apesar de os empreendimentos elaborarem o EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança), que traz, entre outras coisas, estimativa de quantas vagas de estacionamento precisam oferecer, dentro do EIV, nem sempre as regras são respeitadas. "Nós já discutimos com o Executivo e cobrávamos a fiscalização do poder público. Existe esse estudo de impacto, mas acabamos percebendo que, por não haver a fiscalização, as regras nem sempre foram respeitadas."

O ConGP já levou à CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) o pedido dos empresários, mas Ginez não soube confirmar se o pedido foi oficializado pelo conselho. A assessoria de imprensa da Companhia, entretanto, informou que "o assunto não está em pauta".

A diretora de Trânsito e Sistema Viário do Ippul (Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Londrina), Denise Ziober, afirma que o órgão chegou a ser consultado pela CMTU sobre a necessidade do estacionamento rotativo, na época em que era presidida por Moacir Sgarioni. "É normal a companhia planejar o futuro", explica a diretora.

Ziober afirma que, com base nos critérios técnicos avaliados pelo Ippul, foi identificada a necessidade de rotatividade nos estacionamentos, mediante o pagamento pelo uso. Ela ressalta, entretanto, que parte da responsabilidade é dos próprios condomínios empresariais, que terceirizam os estacionamentos exigidos nos EIVs e passam a cobrar pelo uso, inviabilizando aos trabalhadores que deixem seus veículos nestes locais. "A população que circula por lá tem sentido uma dificuldade imensa de estacionar. Como existe a falta de rotatividade na rua e foi uma decisão do condomínio terceirizar suas vagas, nós temos de defender o uso público da via, que não é uma extensão do edifício. Elas estão ali para atender à população", diz.

A diretora do Ippul, entretanto, recorda que há outras alternativas que podem aliviar o problema, como a criação de grupos de caronas, com compartilhamento de veículos particulares. "Há estratégias possíveis para os edifícios. Se o condomínio quis terceirizar, ele tem que pensar em estratégias para solucionar os problemas decorrentes disso", diz Ziober.

A Epesmel (Escola Profissional e Social do Menor de Londrina) procurou Ippul e CMTU, já há algum tempo, para verificar a possibilidade de ampliação de vagas rotativas em algumas regiões de Londrina, incluindo a Gleba Palhano. Wellington Marcati, coordenador administrativo da Zona Azul, informa que EM 2017, quando foi implantado o sistema em trecho da avenida Juscelino Kubitschek, já existia a necessidade apresentada por moradores e comerciantes pelo estacionamento rotativo da zona sul.

Ele destaca que antes precisa existir um encontro entre Epesmel e poder público, após a emissão dos pareceres por parte do órgão responsável, para "afinar o discurso" e se pensar efetivamente na instauração do serviço. "É preciso para vermos quanto demandaria de investimento, os locais que teria a Zona Azul, número de vagas. Vemos com bons olhos esta ampliação, porém ainda não houve uma conversa específica sobre este assunto", explicou.

O estacionamento rotativo Zona Azul funciona na área central de Londrina e na avenida Bandeirantes, via de bastante movimento pelas clínicas médicas e hospitais instaladas nela. Segundo a CMTU, o contrato atual tem vigência até 27 de fevereiro de 2020. A tarifa atual é de R$ 1,70 a hora. (Colaborou Pedro Marconi)

Atualizada às 17h29