Os empresários das regiões oeste e norte de Londrina ameaçam entrar na Justiça contra o governo do Estado pela falta de segurança. Uma medida cautelar está sendo preparada e já possui 100 assinaturas. A previsão, segundo a Associação Comercial e Industrial da região oeste (Aciroeste), é que o número ultrapasse 200 comerciantes e industriais. A ação mostra a indignação do empresariado pela falta de ações por parte do governo que coíbam, ou ao menos diminuam, o número crescente de assaltos. Só nos dois primeiros dias do mês de março foram registrados oito casos.
A associação estuda ainda a realização de uma manifestação pública com o fechamento do comércio e a criação de uma guarda local. ‘‘Estamos verificando qual das ações atenderia melhor as nossas reinvidicações’’, explica o vice-presidente Braes Alves Dias.
Wilson Volpini, proprietário de duas farmácias na região oeste, conta que em dois anos foi vítima de nove roubos, todos eles praticados por menores armados. ‘‘Oitenta por cento dos casos são praticados por meninos com idades entre 12 e 16 anos’’, presume. O empresário conta que a solução encontrada por muitos proprietários de contratar seguranças também não resolve o problema. O desespero pela falta de segurança levou o empresário Cláudio Roberto Parra, na semana passada, a pedir providências ao prefeito Nedson Micheleti (PT).
Nos casos registrados no início de março, dois deles foram praticados por menores com idades entre 13 e 16 anos. No dia 1º de março, três menores, dois deles armados com revólveres, invadiram o escritório da empresa Propaga Outdoor, na Avenida Brasília, e levaram as jóias da funcionária e alguns objetos. Eles fugiram de bicicleta no sentido do Jardim Nossa Senhora da Luz.
No dia seguinte, há alguns metros do local, cinco menores, quatro deles armados, entraram na Recuperadora Globo e amedrontaram os dois proprietários e um cliente da empresa, levando os documentos e o celular de um deles. Os menores fugiram a pé e de bicicleta também no sentido do Jardim Nossa Senhora da Paz.
Os ônibus do transporte coletivo também enfrentam acentuado aumento dos roubos, principalmente nas noites dos finais de semana. Nos primeiros meses deste ano a Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) já registrou 35 assaltos, quase a metade do ano passado (87 casos). As armas usadas variam de facas, revólveres, espingardas e até mesmo uma velha garrucha, utilizada num dos seis casos do último final de semana.
Os valores levados, segundo a assessoria de imprensa da TCGL, são pequenos. Prejuízo maior são os efeitos psicológicos e emocionais provocados nos motoristas, cobradores e passageiros. A empresa se colocou à disposição da Polícia Militar para auxiliar em medidas preventivas. Eles oferecem combustível para que as viaturas circulem com mais intensidade nos horários e rotas mais visadas, além de passes para que policiais à paisana possam ocupar os coletivos.
A Câmara de Vereadores ainda espera a confirmação da vinda do secretário de Segurança Pública, José Tavares. Hoje, às 11 horas por convocação do presidente da Casa, vereador Tercílio Turini (PSDB), se reúnem os membros da Comissão de Defesa ao Consumidor e Segurança Pública e o Conselho Comunitário de Segurança para determinar uma data para a audiência pública, ‘‘com ou sem a presença de José Tavares’’, afirmou Turini.