Marcos Zanatta
De Maringá
A empresa Prever, de Maringá, que negocia planos funerários, entrou com mandado de segurança para poder trabalhar em Sarandi (7 quilômetros a leste de Maringá). O diretor Reginaldo Czezacki alega que o apelo à Justiça foi a única alternativa que as oito funerárias de Sarandi deixaram para a empresa. ‘‘Já estamos com mais de 80 mil associados na região e só em Sarandi estamos encontrando resistência’’, afirmou. O plano cobra um valor fixo do associado e, entre os benefícios, garante o serviço funerário sem custos adicionais. Mas como não se trata de uma funerária, a empresa precisa de parceria na área para atender os associados.
Nas outras cidades, o Prever atua em conjunto com funerárias que garantem o padrão de atendimento oferecido pelo plano. ‘‘Nós estamos dispostos a investir na empresa interessada, como fizemos em Maringá e outras localidades’’, diz Czezacki. Ele revela que em Sarandi existia um início de entendimento com uma funerária. ‘‘Mas elas se uniram em uma central e estou com dificuldades para atender meus associados lᒒ, explica. A decisão do empresário em ingressar na Justiça para garantir o direito de escolher uma parceira, aconteceu depois de enfrentar resistência por parte da Central Funerária de Sarandi para atender um cliente.
Czezacki conta que para atender um associado do plano que morava ora com uma filha em Maringá, ora com um filho em Sarandi, foi obrigado a pagar R$ 306,00 em uma urna de R$ 38,00. ‘‘O atestado de óbito saiu com endereço da filha em Maringá, mas as funerárias alegaram que ele morava em Sarandi’’, conta. Ele diz que não se recusa a pagar as taxas cobradas pelo município para liberar corpos, o que acontece também em Maringá. Czezacki explica que não quer ‘‘vender caixão, e sim receber mensalidades do plano funerário’’.
O responsável pela Central Funerária de Sarandi, Paulino Farkas, disse que desconhece a existência de mandado na Justiça por parte da Prever. ‘‘Uma lei municipal defende as empresas da cidade que atuam em regime de plantão’’, afirmou. Farkas diz que o plano não pode atuar na cidade porque não é funerária, e que as empresas de Sarandi têm o direito de escolher se querem ou não trabalhar em parceria com a empresa de Maringá. Ele afirma ainda que o caso citado por Czezacki se trata de morador de Sarandi. ‘‘Por isso a funerária cobrou o preço de um funeral para liberar o corpo.’’