Se depender da empresa responsável pela construção da trincheira no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, na área central de Londrina, a obra só vai ficar pronta no ano que vem. A empreiteira, que tem sede Curitiba, contestou o prazo de 150 dias do aditivo encaminhado pela prefeitura para assinatura e, por consequência, formalização do período.

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No documento, que a FOLHA teve acesso, a TCE Engenharia alegou que “a prorrogação de prazo indicada no aditivo contratual está diferente da indicada na revisão do cronograma de obras apresentado através de oficio no dia 22 de maio”. “Com base nas razões expostas naquele momento, indicam a necessidade de prorrogação de prazo por mais 180 dias corrido”, alertou.

A empreita ainda solicitou “a correção do prazo indicado para que se possa prosseguir com a assinatura (do aditivo)”. A obra teve início em janeiro de 2021 e deveria ter ficado pronta no começo deste ano, porém, foram liberados mais seis meses, que venceram no último dia nove de julho. O município estava disposto a autorizar os serviços até novembro, no entanto, a construtora quer seguir com as intervenções até janeiro de 2024.

Segundo João Verçosa, secretário municipal de Obras e Pavimentação, a reivindicação ainda está sendo analisada. “Vamos avaliar. A nossa expectativa, e com compromisso da empresa, é para que até meados de dezembro a obra esteja concluída. Mas vamos analisar rapidamente a possibilidade (de dar mais tempo) para dar uma resposta à empresa” afirmou.

MEDIÇÃO

Medição deste mês apontou 62,36% de execução. “A obra está com várias frentes em andamento. A projeção é de que até o começo de agosto as longarinas estejam concretadas para que o último trecho da laje do viaduto receba a concretagem. As frentes de cortina estão andando bem no sentido centro, assim como as escavações. A expectativa é de que é possível a conclusão até o final deste ano”, defendeu.

‘POEIRA DIA E NOITE’

O pintor João Lucas da Silva mora a menos de 200 metros da obra e tem visto de perto a evolução e os transtornos gerados pela construção. “Me mudei assim que a obra começou. Achei que ia ser rápido, mas pelo contrário. Minha casa tem poeira dia e noite. Tenho dois filhos pequenos, de sete e de dez anos, que sofrem com a alergia por conta do pó. Dia de chuva é o barro que toma conta”, comentou.

O receio é de que a construção leve mais tempo do que o novo período que está sendo estudado. “Todos têm ciência de que durante o andamento de uma obra pode haver intercorrências e atrasos. Acontece isso quando se faz uma reforma em casa, por exemplo. Mas a impressão que dá é que por muito tempo a trincheira não teve o andamento necessário e a conta está vindo agora, com uma demora acima do esperado, pelo menos da parte da população”, comentou o autônomo Cícero Dias.

A trincheira, que tinha um orçamento inicial de R$ 25,5 milhões, hoje está custando R$ 34,8 milhões. Além do túnel no cruzamento das avenidas, o projeto também inclui a instalação de nova rede elétrica e iluminação pública, sinalização viária e ciclovia.

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