Como esperado, a TCE Engenharia pediu à prefeitura mais tempo para terminar a construção da trincheira no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, na área central de Londrina. No documento, que a FOLHA teve acesso, a empresa solicita mais quatro meses de prazo, ou seja, abril do ano que vem. Após dois aditivos, o período vigente para a conclusão da obra seria 26 de dezembro, o que notadamente não vai acontecer.

No ofício, protocolado nesta quarta-feira (13), a empreiteira – que tem sede em Curitiba – faz várias ponderações para alegar o atraso. Entre os problemas encontrados, cita que se deparou com “materiais com maior resistência durantes as escavações não previstos nas sondagens, a alteração do local para disposição de bota-fora em distâncias maiores que as contratadas, recentes alterações no projeto executivo do aterro sobre a laje do viaduto”, situações que, segundo a construtora, “impactaram na necessidade de maior prazo executivo das tarefas em relação ao planejado.”

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A empresa também aponta a chuva nos meses de setembro, outubro e novembro. “A contratada, diante do relatado, solicita que a contratante promova a prorrogação do prazo de execução de forma a recompor o prazo impactado pelas razões expostas nesse ofício, bem como para que as partes ajustem os prazos necessários para a realização dos serviços adicionais decorrentes das revisões do projeto executivo”, demandou no documento direcionado à secretaria municipal de Obras e Pavimentação.

João Verçosa, responsável pela pasta, frisou que o período pedido será analisado com rigidez. “Os técnicos vão fazer a avaliação, mas a nossa expectativa é dar menos prazo. Na nossa ‘cabeça’ é final de fevereiro, começo de março. Vamos analisar o que foi colocado como argumento e nos próximos dias deveremos passar as informações para a empresa”, afirmou.

Imagem ilustrativa da imagem Empresa pede à prefeitura para entregar trincheira em abril
| Foto: Roberto Custódio

TRÂNSITO NA ROTATÓRIA

A projeção é de que os veículos voltem a trafegar nas marginais e na rotatória ainda em dezembro, com os operários, a partir de então, atuando exclusivamente no túnel. “Até semana que vem haverá a liberação. Está sendo feita a capa asfáltica na rotatória; plantando o gramado, irão fazer a calçada. O que vai faltar é a parte de baixo da trincheira, que é para as pessoas que quiserem fazer o trajeto só pela Leste-Oeste. Falta finalizar parte de cortinas, mais simples que as demais, executar pavimentação”, pontuou.

A trincheira começou a ser construída no primeiro mês de 2021, com entrega prevista para janeiro deste ano, porém, o município avalizou duas prorrogações: até julho e dezembro. Medição de dezembro indicou 82,32% de execução da obra. Desde o início, os serviços nunca chegaram a 5% de realização de um mês para o outro. “Não passa por nós a ideia de trocar de empresa, porque se tiver que contratar outra é quase um ano”, destacou.

PUNIÇÃO

A empreiteira responde a processo de penalidade pela demora. “Se lá na frente a fiscalização analisar que tem ‘pecado mortal’ cometido pela empresa, que causou prejuízos financeiros para o município, vamos cobrar dentro do que é possível e necessário”, advertiu. A obra tem custo de R$ 33 milhões.