Empresa nega lobby e quer
participar de futura licitação
O diretor comercial da Rede Tropical de Hotéis, Antonio Latorre, negou que o grupo tenha feito qualquer lobby para o desmembramento da área ocupada pela unidade de Foz do Iguaçu e disse que a medida chega a contrariar os interesses da empresa. Em entrevista concedida à Folha por telefone, da sede da rede hoteleira, em São Paulo, Latorre afirmou desconhecer o estudo que está sendo feito pela Secretaria de Patrimônio da União para uma eventual venda do prédio no Parque do Iguaçu.
‘‘Não há condições jurídicas para que a venda seja feita, já que o prédio está em uma área de preservação, que pertence à União’’, afirmou Latorre. Ele disse acreditar que o ofício possa integrar um processo ‘‘já superado’’.
No início do ano passado, a então secretária de Administração do governo federal, Cláudia Costin, desenvolveu um plano para privatizar 3 milhões de imóveis pertencentes à União. O hotel nas Cataratas integrava esse pacote.
‘‘Desconfio que isso (o ofício) é algo referente à aquele período e que continuou seu caminho mesmo depois que o governo deixou de lado a idéia’’, afirmou Latorre. ‘‘Para nós, é importante que a parceria com o Ibama continue, porque ela está sendo importante para desenvolver o turismo.’
O contrato de locação do prédio, firmado entre a Rede Tropical e a SPU se expira em 2004. Segundo Latorre, o contrato é ‘‘plenamente legal’’ e a empresa vai cumprir todas as suas cláusulas. Na sua opinião, o arrendamento beneficia o parque, já que todas as obras e melhorias feitas no prédio são incorporadas ao patrimônio da União. Em apenas uma ampliação, a empresa investiu US$ 6 milhões (cerca de R$ 11 milhões).
Latorre afirmou também que, se a União decidir submeter uma futura ocupação do prédio – depois de vencido o contrato – ao processo de licitação, o grupo Varig vai se candidatar para continuar operando o hotel. (V.D.)