LEX é premiada em desafio nacional

O projeto Direito nas Escolas, desenvolvido pela LEX, empresa júnior de direito da UEL (Universidade Estadual de Londrina), ganhou reconhecimento nacional ao ser premiado no Desafio Todos Juntos Pela Educação. O concurso teve a participação de 600 empresas juniores e a iniciativa londrinense ficou em terceiro lugar. A proposta da LEX é debater com alunos do ensino médio de escolas públicas temas que impactam no dia a dia deles, como democracia, cidadania e direitos individuais. A atividade surgiu em 2016 e o projeto foi aplicado em seis escolas de Londrina.

O material preparado pelos instrutores da empresa júnior foi pensado para uma interação maior com os alunos, com espaço para debates e o uso de vídeos. "Não queríamos que fosse mais uma palestra, quando só uma pessoa fala. Por isso pesquisamos e usamos uma metodologia que oferece a chance aos alunos de falarem, expressarem suas ideias também", conta Nathalia Clementin, vice-presidente da LEX.

Em algumas escolas, a própria diretoria indicava aos instrutores temas interessantes para os alunos, assuntos mais próximos da realidade dentro e fora da escola. "Em uma das escolas debatemos sobre bullying, por indicação da diretoria, e foi bastante proveitoso. Alguns alunos se sentiram à vontade para falar sobre casos que conheciam e depois do curso ainda demonstravam ter gostado daquele espaço de discussão", completa Clementin.

Para Bruna Vituri, diretora de Responsabilidade Social da LEX, o diferencial do projeto londrinense é que as atividades já haviam sido aplicadas nas escolas. "Os projetos do primeiro e segundo lugares do prêmio apresentaram ideias inovadoras, mas que ainda vão ser implementadas. O nosso projeto já estava em andamento, inclusive com melhorias na metodologia que fizemos ao longo de 2017", destaca.

O desafio foi organizada pela Brasil Júnior - a Confederação Brasileira de Empresas Juniores - em parceria com a Cia de Talentos, empresa de educação para carreira. O resultado foi divulgado em novembro e a LEX recebeu um prêmio de R$ 10 mil, que deve ser usado para desenvolver o projeto em mais instituições da região de Londrina e até de outros estados. A equipe de direito quer estabelecer parcerias com outras empresas juniores do Brasil para que o projeto nascido na UEL alcance mais cidades. Para Flávio Fernandes, integrante da LEX, apesar de existir uma competição natural entre as empresas juniores da mesma área de atuação, em situações como essa é interessante para todos que uma parceria seja firmada. "É uma forma de o projeto alcançar o maior número de participantes possível. Todos ganham atuando em conjunto".

EMPREENDEDORES
Para a professora Luciana Mendes Pereira, coordenadora do Programa de Formação Complementar ao qual está ligad a empresa júnior LEX, a importância desta oportunidade para os alunos de direito está em formar profissionais com experiência real em liderança, solução de conflitos e aprender a lidar com pessoas de pensamentos diferentes. "A sociedade muda e não podemos mais pensar em formar só advogados, juízes ou delegados, sem considerar uma formação complementar que englobe o lado social também. Essas práticas podem ainda abrir outros caminhos profissionais para eles."

Ela explica que todo o trabalho da LEX é realizados pelos alunos; eles se organizam em diretorias e buscam parcerias, planejam eventos e outras atividades. A professora apenas apoia ou dá sugestões quando acionada. "É para eles serem empreendedores mesmo, terem essa habilidade treinada ainda na graduação. E acontece também deles terem contato na prática de muitos conteúdos da área de direito que só mais tarde estudam o tema na faculdade. A prática acaba ajudando o aprendizado técnico que vem depois".

Nas próximas visitas às escolas, o grupo de instrutores vai oferecer uma formação durante quatro dias e uma das novas propostas é que os alunos conheçam a Câmara de Vereadores de Londrina, para unir conceitos com a vivência na prática. O novo formato do curso é uma tentativa de melhorar o aproveitamento dos alunos, já que no formato anterior o evento era realizado com grandes turmas em um único dia. Com a reorganização, a tendência é que os participantes absorvam melhor os conteúdos e sigam participando ativamente ao longo das atividades.

Supervisão: Lucilia Okamura - editora Cidades