Em Rio Negro, município que fica 109 quilômetros a sudoeste de Curitiba, um projeto de inovação na aprendizagem acabou gerando o protesto dos pais. A iniciativa da professora Carla Borva de Oliveira foi a de aplicar princípios da oralidade em todas as disciplinas. A educadora percebeu que os alunos tinham dificuldades de se expressarem. Para ensinar o português, ela resolveu então pedir para que os alunos declamassem poemas e apresentassem contos. ‘‘Cada vez aumentávamos a dificuldade do exercício’’, explicou ela.
Em História, ela começou a usar a dramatização de fatos históricos para fixar a aprendizagem. Mímicas e danças foram feitas em Educação Física e jogos diferenciados para aperfeiçoamento do vocábulo foram aplicados. ‘‘Enfrentei a resistência dos pais no início que acharam que estavam brincando em sala de aula. Chegaram a reclamar com a diretora’’, falou Carla.
A inovação que ela aplicou e que lhe valeu o prêmio de Professora Nota Dez da Fundação Victor Civita e da Revista Nova Escola foi a aplicação de uma ficha de auto-correção para os alunos. Eles mesmos são estimulados a avaliarem os resultados apresentados em sala de aula. ‘‘Os resultados foram fantásticos. A turma está bem unida, melhorou tudo, da tolerância entre eles mesmos até a participação em sala de aula’’, considerou.
Até os pais adotaram posturas diferentes e estão auxiliando os filhos. ‘‘Aprendemos que temos que envolver os pais nas atividades e eles estão gostando da idéia’’, declarou ela.