Como a produção depende de fatores, especialmente o clima, os produtos variam a cada semana
Como a produção depende de fatores, especialmente o clima, os produtos variam a cada semana | Foto: Emerson Dias - N.Com

Para gerar renda, dez mulheres que vivem no assentamento Eli Vive, na zona rural de Londrina, estão comercializando kits de alimentos agroecológicos na sede do Ecosol (Centro Público de Economia Solidária), no centro da cidade. Todos os produtos são cultivados livres de agrotóxicos pelo grupo que compõe o Sacolas Camponesas. A entrega das compras acontece todos os sábados, das 11h às 13h, na sede do Ecosol.

Como a produção depende de fatores, especialmente o clima, os produtos variam a cada semana
Como a produção depende de fatores, especialmente o clima, os produtos variam a cada semana | Foto: Emerson Dias - N.Com

Como a produção depende de fatores, especialmente o clima, os produtos variam a cada semana. Entre os produtos ofertados estão alface, almeirão, rúcula, salsinha, cebolinha, mandioca, batata doce roxa, tomate cereja e manjericão. A parceria teve início na semana passada e as empreendedoras estão animadas com o novo espaço.

“Abrimos a lista para pedidos na quarta-feira passada e um dia depois já tínhamos 16 sacolas vendidas. Isso sem nenhuma divulgação. Foi o nosso recorde em um único dia. Para nós é uma grande quantidade”, diz uma das integrantes, Ivanete Galvão Adams Pontes. Os kits custam R$ 32 e os consumidores podem escolher entre três opções.

PROJETO

O Sacolas Camponesas surgiu como um projeto de extensão conduzido pela professora Eliane Tomiasi Paulino, do Departamento de Geociências da UEL (Universidade Estadual de Londrina). A ideia foi colocada em prática em 2016 com o objetivo de fortalecer as relações de agricultores familiares com os consumidores e contou com a participação da professora Rosangela Moreira, do Departamento de Biologia Geral.

“Durante três anos uma kombi da UEL vinha recolher os produtos no assentamento, mas o projeto se encerrou no ano passado e logo firmamos uma parceria com o pessoal da Rede Agrovida, onde também fazemos entregas. Para conseguir um meio de transporte fizemos uma vaquinha on-line e conseguimos R$ 2,5 mil para comprar uma kombi”, conta Pontes.

Ela comenta que o cultivo de verduras para comercialização começou no Eli Vive I, mas por questões de estrutura, a ideia foi perdendo força. “Mas devagarzinho, nós do Eli Vive II fomos aprendendo a mexer com horta, a trabalhar sem veneno, fizemos oficinas e fomos começando. Agora, o pessoal do Economia Solidária nos procurou e começamos a vender lá também”, diz.

ASSESSORIAS

O programa municipal de Economia Solidária foi implantado em 2005 para gerar renda aos participantes. A ideia é fomentar a economia de empreendimentos locais por meio da solidariedade, autogestão e cooperação. É coordenado pela Gerência de Inclusão Produtiva da Smas (Secretaria Municipal de Assistência Social), em parceria com outros órgãos.

Segundo o gerente interino, Marcílio Ronaldo Garcia, atualmente 29 grupos de empreendedores (desde os setores de alimentação até prestação de serviços) são assistidos pelo programa. “No geral, são aproximadamente 90 pessoas envolvidas. A parceria que temos com a Congregação das Irmãs da Pequena Missão para Surdos nos permite atender os grupos com assessorias sobre práticas, gestão do empreendimento, etapas da comercialização, além da oferta do espaço para comercialização dos produtos, tanto aqui na sede quanto no Café e Arte, que fica na praça Sete de Setembro e nas feiras do Calçadão”, explica.

PANDEMIA

De acordo com Garcia, muitos empreendedores ainda sofrem os impactos da pandemia e muitas atividades presenciais do Ecosol foram prejudicadas. “Tivemos que nos adaptar a outras ferramentas como telefone e whatsapp para nos comunicar. Quando a loja reabriu realizamos algo presencial, mas estamos atuando mais de forma remota. As pessoas estão buscando soluções e nossa expectativa é ampliar a comercialização dos produtos”, diz. A loja do Ecosol ficou fechada entre março e final de junho devido à pandemia da Covid-19. (Com N.Com)

SERVIÇO: O Economia Solidária funciona na av. Rio de Janeiro, 1.278, de segunda a sexta, das 10h às 17h e aos sábados, das 11h às 13h. Interessados em encomendar a Sacolas Camponesas podem fazer os pedidos até as 10h de sexta-feira por Whatsapp: (43) 9 9948-9195 Valeria; (43) 9 9941-6828 Ivanete ou (43) 9 9992-0321 Vera.