O que as autoridades e profissionais de saúde não desejam nesse momento é que as pessoas saiam de casa sem necessidade, ou então que busquem atendimento médico em locais inapropriados. Essa é uma medida essencial para conter a propagação do coronavírus em Londrina e região.

Imagem ilustrativa da imagem É dengue ou coronavírus? Saiba os sintomas

Sendo assim, a prefeitura municipal disponibilizou o Disque-Coronavírus (0800-400 1234) para que a população de toda a 17ª Regional de Saúde tire suas dúvidas sobre os sintomas ou qual serviço de saúde procurar. Esse "filtro" é importante nesse momento de isolamento social e também porque a cidade vem enfrentando uma epidemia de dengue há meses. E, apesar das características de cada doença, os sintomas podem gerar uma certa confusão entre os pacientes. Observar os sinais do corpo é muito importante até mesmo para comunicar ao profissional de saúde.

O infectologista Walton Tedesco, que vem trabalhando nas UTI (Unidades de Terapia Intensiva) da Santa Casa e HU (Hospital Universitário) de Londrina, comenta que, às vezes, o quadro de febre e dor no corpo pode confundir os pacientes. Porém, ele explica que enquanto o coronavírus apresenta sintomas respiratórios e semelhantes a um resfriado, como secreção nasal, coriza e dor de garganta, a dengue causa dores pelo corpo e lesões na pele (exantemas).

“São quadros que dá para diferenciar, mas em algumas situações os sinais podem se sobrepor e confundir. Na dengue, geralmente o paciente tem plaquetas mais baixas e no Covid-19 há uma diminuição dos linfócitos. Embora isso não seja uma regra e nem exclui a necessidade de exames”, afirma Tedesco.

FALTA DE AR

O pneumologista em Londrina, Alcindo Cerci Neto, explica que a falta de ar não é uma peculiaridade do vírus SARS-CoV-2 que causa o coronavírus, e sim, o alto índice de propagação. “A pessoa deve ficar atenta à presença de febre e outro sintoma respiratório, como febre mais tosse ou febre mais coriza ou febre mais dor de garganta. Se você apresentar esses sintomas, siga as recomendações de ficar em casa; e se houver falta de ar comunique o 0800 da prefeitura e procure umas das UBS (Unidades Básicas de Saúde) designadas para esse atendimento”, indica.

EFEITOS NO CORPO

O infectologista lembra que a febre é uma forma do nosso corpo tentar combater a doença e que os sintomas apresentados por cada indivíduo vão depender muito da virulência e da resposta do corpo à infecção.

“A doença pode se manifestar com diferentes sintomas em cada pessoa. Isso pelo efeito do vírus no próprio corpo e também pela defesa que cada um apresenta, pois para tentar combater um vírus o organismo produz vários mediadores inflamatórios. Uma pessoa que não tem comorbidades e tem uma boa alimentação, se mantém hidratada e pratica exercício físico tem um fator a mais para responder de melhor forma à uma infecção”, afirma.

COMORBIDADES

Sendo assim, Tedesco ressalta que tanto no coronavírus quanto na dengue os pacientes com comorbidades (diabetes, cardiopatia, problema pulmonar, entre outros) têm potencial de evoluir para um quadro mais grave. “Vale lembrar que em Londrina já morreu mais gente de dengue do que pelo coronavírus. No entanto, o cenário muda a cada dia. Então, peço para que as pessoas mantenham o isolamento. A gente não quer que aconteça o que vem ocorrendo em outros países, como falta de leitos e respiradores. É importante o isolamento para controlar a pandemia e também não pode descuidar da dengue”, alerta.

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BALANÇO

O último boletim divulgado pela secretaria municipal de Saúde aponta que 13 pessoas já morreram da doença no município desde o início do ano. Outros 12 óbitos estão sob investigação e quatro foram descartados. Além disso, o número de casos confirmados chegou a 7.696. Os dados foram divulgados na quinta-feira (2) e revelam também 19.775 notificações e outros 9.880 exames em análise.

“As pessoas precisam entender que a dengue é um perigo real hoje, tanto ou mais grave que o próprio coronavírus, e não podem descuidar. É fundamental manter a prevenção e eliminar os focos de água parada para que a circulação do mosquito reduza e os riscos sejam menores”, frisou a diretora de Vigilância em Saúde do Município, Sônia Fernandes.

Ela ainda destacou que “com a situação de isolamento provocada pelo coronavírus, muita gente com sintomas de dengue tem medo de sair de casa para procurar atendimento médico, mas isso não pode acontecer. Caso haja suspeita da doença, com sintomas como febre, dor no corpo e na cabeça, mal-estar e manchas vermelhas no corpo, os serviços de referência devem ser procurados para que o tratamento inicie o quanto antes e da forma adequada. Em muitos casos, o paciente já chega às unidades apresentando quadro avançado e isso compromete a eficácia do tratamento”. (Com N.Com)

CONFIRMA OS PRINCIPAIS SINTOMAS DE CADA DOENÇA

DENGUE

- Febre alta (acima de 38.5ºC)

- Dores musculares intensas

- Dor ao movimentar os olhos

- Mal-estar

- Falta de apetite

- Dor de cabeça

- Manchas vermelhas no corpo

- Fraqueza

- Náuseas e vômitos

CORONAVÍRUS

- Febre e

- Tosse ou

- Dificuldade para respirar

- Coriza

- Dor de garganta

* Os sinais e sintomas do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, o coronavírus (SARS-CoV-2) ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sinais e sintomas da doença.

Fonte: Ministério da Saúde