A Delegacia de Homicídios descobriu que Renato Alisson Francisco, 31 anos, foi morto no dia 16 de outubro do ano passado porque um dos suspeitos tinha uma dívida com ele, A vítima foi assassinada com um tiro na cabeça dentro de sua própria casa, na rua Joaquim Murtinho, no Jardim Sabará, zona oeste de Londrina. Segundo o delegado João Reis, o valor do débito era pequeno, cerca de R$ 500. O inquérito foi concluído e já encaminhado ao Ministério Público para oferecimento ou não de denúncia.

Inquérito policial foi concluído e encaminhado ao Ministério Público para oferecimento ou não de denúncia
Inquérito policial foi concluído e encaminhado ao Ministério Público para oferecimento ou não de denúncia | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

A arma, possivelmente uma pistola, não foi encontrada. A Polícia Civil afirma que o crime foi cometido com outro rapaz. Até que a dupla fosse identificada, um longo caminho foi percorrido pelos investigadores. O corpo de Francisco foi localizado no dia 17 de outubro, um sábado, próximo à porta da sala, que precisou ser arrombada pelo executor. Porém, ele foi morto na noite do dia anterior. Na ocasião, os suspeitos passaram várias vezes na rua para certificar que o jovem estava na residência. Questionado pela FOLHA, o delegado preferiu não revelar como os dois foram identificados, se por câmeras de segurança, por exemplo.

"A primeira ronda dos criminosos foi pela manhã com uma Honda Biz vermelha, mas o Renato não se encontrava na casa. Eles voltaram mais tarde com um veículo Tucson, quando então assassinaram a vítima. Inicialmente, descobrimos que a moto era de uma moça que morreu em um acidente de trânsito em Curitiba. Como pertencia a uma financiadora, a motocicleta foi vendida para um senhor em Apucarana, que repassou ao seu filho. Sem condições para pagar, ele revendeu para um dos suspeitos do crime, sem, no entanto, saber da conduta criminosa", informou Reis.

O MOTIVO

Com a identificação de um dos possíveis participantes do homicídio, os investigadores avançaram em desvendar o porquê de Francisco ter sido morto. A polícia sustenta que, dias antes do crime, a vítima foi até a casa de um dos suspeitos, no Jardim Columbia, também na região oeste, cobrar a dívida, cuja origem não foi descoberta. "Pode ser pelo tráfico, mas não conseguimos aprofundar a apuração. O certo é que ele (Renato) chegou na frente da residência e atirou para cima para intimidar. O devedor não estava em casa e se mudou para Cambé após esse incidente. O tempo passou e ele cometeu o crime acompanhado do comparsa", explicou o delegado.

João Reis solicitou ao juiz da 1ª Vara Criminal, Paulo César Roldão, a decretação das prisões preventivas dos acusados, mas o pedido não foi atendido. O atirador, que estava na garupa da Biz, se apresentou na delegacia para ser interrogado e por isso responde em liberdade. O outro é considerado foragido por suspeita de envolvimento em um furto de gado em Apucarana. A Justiça expediu um mandado de prisão contra o criminoso, mas o paradeiro continua desconhecido. Os dois possuem antecedentes criminais.

CASA REVIRADA

O próprio chefe do Instituto de Criminalística de Londrina, Luciano Bucharles, fez a verificação da casa da vítima. Na época, em entrevista aos jornalistas que acompanharam a ocorrência, o perito percebeu que o imóvel estava completamente revirado. "A impressão é que o suspeito, depois de arrombar a porta, tenha se deparado com a vítima e atirado na sequência". Objetos pessoais, como notebook e celular, ficaram no local.

Mas o delegado de Homicídios não soube dizer se os suspeitos seriam as mesmas pessoas que teriam bagunçado o interior da residência ou se fizeram isso para despistar a polícia. "Recebemos a informação que o Renato tinha duas armas. Uma delas poderia ser a utilizada nos disparos feitos no Columbia. Como não localizamos o armamento ou quem teria revirado a casa, ficou por isso mesmo", comentou. A dupla foi indiciada por homicídio qualificado.

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