Diretor de sindicato é denunciado por fraudes
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000
Edinelson Alves
De Rolândia
Especial para a Folha
Diretores do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Arapongas acusam o presidente da entidade, José Carlos Izzo, de irregularidades. Hoje, às 20 horas, no Cine Mauá, haverá uma assembléia para prestação de contas de 99 e apreciação do pedido de cassação de Izzo. Luiz Matarelli Júnior, secretário do sindicato, já entrou com ação na Justiça pedindo que seja aberta toda a contabilidade da entidade e também que seja feita uma auditoria para comprovar as irregularidades.
Numa reunião da diretoria realizada esta semana, por unanimidade, foi pedida a cassação do presidente. Lindaura Anita Santos e Márcia Regina Bortolotto, membros da diretoria, citaram várias irregularidades administrativas e financeiras cometidas por José Carlos Izzo. O dossiê inclui notas que comprovam o pagamento de compras pessoais com dinheiro do sindicato.
Entre as denúncias estão pagamento de contas telefônicas do celular particular do presidente; pagamentos de almoços em churrascaria; pagamento de 50 mil panfletos, provavelmente da empresa de segurança Anjos da Lei; pagamento de notas no posto de gasolina com assinatura da filha do presidente, Carla Emannuelli Izzo; pagamento de empresa promotora de eventos esportivos; pagamentos de gastos com artigos de maquiagem e perfumaria; pagamento de compra de carne; pagamentos de notas em supermercados assinadas pela esposa, Dalva Izzo, e pela filha, Carla Izzo, com cheque sem a assinatura do tesoureiro, num total de R$ 2.257,97; pagamento de nota promissória com cheque sem a assinatura do tesoureiro; e ainda empréstimo de R$ 20 mil para capital de giro do sindicato.
A Folha tentou ouvir José Carlos Izzo. Ele não compareceu a um encontro marcado no sindicato. Pelo celular, informou que não poderia falar com a reportagem porque teria que participar de uma reunião, e também disse que não queria ser fotografado. Questionado sobre as irregularidades, genericamente disse que a mesma diretoria que o acusa já aprovou a prestação de contas. Tudo isso não passa de jogo político e durante a assembléia vou provar minha inocência, afirmou. A direção do sindicato pediu que a Polícia Militar acompanhasse a assembléia.